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Entidades criticam o compromisso brasileiro de redução de emissões

<p> <em>Coment&aacute;rios sobre as propostas do governo federal para a redu&ccedil;&atilde;o da emiss&atilde;o de gases de efeito estufa s&atilde;o enviados para discuss&otilde;es.</em></p>

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Atualizado: 

03/08/2011

Com o objetivo de contribuir para as discussões no âmbito do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), no dia 20 de novembro organizações da sociedade civil enviaram uma carta ao presidente da entidade, Luiz Pinguelli, com comentários sobre as propostas do governo federal para a redução da emissão de gases de efeito estufa.

O documento, chamado "Cenários para Oferta Brasileira de Mitigação de Emissões", foi apresentado publicamente pelo governo no último dia 13. Assinam a manifestação Idec, Amigos da Terra, Greenpeace Brasil, Sociedade Brasileira de Economia Ecológica e Vitae Civilis.

Na carta as organizações ressaltam a importância da disposição política para a mitigação das mudanças climáticas e consideram positiva a iniciativa do governo brasileiro. Contudo, apontam que é necessário haver mais transparência, debate público e consistência dos dados apresentados, para conferir maior credibilidade dos cenários de referência e de redução propostos.

Neste sentido, as entidades pedem uma profunda revisão de todo o trabalho na área de energia/transporte, uma vez que as estimativas apresentadas pelo governo não têm justificativa plausível, superam qualquer projeção linear de crescimento de acordo com o Produto Interno Bruto (PIB) ou a população, não levam em conta o estado da arte da discussão sobre tecnologias e os estudos brasileiros mais recentes e desconsideram o enorme volume de perdas na matriz elétrica.

Outro comentário das organizações diz respeito ao setor de uso do solo, que, por um lado, inclui uma novidade positiva de redução do desmatamento do Cerrado em 40% além da confirmação dos anteriores objetivos relacionados com a Amazônia, mas, por outro, apresenta objetivos cuja viabilidade e efetividade de implementação são questionáveis.

Adriana Charoux, técnica do Idec da área de responsabilidade social e consumo sustentável, aponta que é preciso mais transparência na divulgação dos dados. "Todos os países vem anunciando metas de redução de emissões. Mas é difícil compreender em relação ao que exatamente", destaca.

A carta chama a atenção ainda para a ausência de medidas que envolvam o consumidor, uma vez que estima-se que o valor per capta das emissões brasileiras seja da ordem de 12 toneladas de CO2, segundo dados de 2005, o que supera a média da Europa. "Ao desconsiderar medidas que poderiam alterar drasticamente os padrões de consumo, o governo desperdiça importantes oportunidades de mitigação", destaca o documento.

Para saber mais, acompanhe a campanha "Mude o consumo para não mudar o clima".