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Em onze meses, tarifas bancárias subiram 7,6 vezes o valor da inflação

<p> <i>Quase um ano ap&oacute;s a padroniza&ccedil;&atilde;o dos servi&ccedil;os banc&aacute;rios estabelecida pela Resolu&ccedil;&atilde;o do Banco Central n&ordm; 3518/07, pesquisa aponta que tarifas avulsas e pacotes subiram muito mais que IPCA</i></p>

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Atualizado: 

08/08/2011

Um levantamento realizado pelo Idec identificou um reajuste médio de 38,6% nos preços das tarifas avulsas e de 17,20% nos pacotes de serviços entre maio de 2008 e março de 2009. Essas variações ficaram muito acima do IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) que atingiu 5,03% no mesmo período.

A maior parte dos bancos reajustou suas tarifas logo após o "congelamento" de 180 dias introduzido pela Resolução nº 3518/07 do BC (Banco Central). O prazo para o reajuste foi estabelecido pelo BC, mas a adoção de um índice de reajuste foi deixada de lado, permitindo aos bancos aplicar o reajuste livremente e muito acima dos indicadores oficiais de acompanhamento de preços ao consumidor.

Além de estabelecer período mínimo de reajuste nas tarifas, o BC também padronizou nomes e quantidade limitada para todas as tarifas, inclusive as mais utilizadas pela maioria dos consumidores (pessoa física), os chamados serviços prioritários. A padronização das tarifas veio com a Circular nº 3.371/07, que também instituiu o pacote básico padronizado, cujo principal objetivo era introduzir um parâmetro de comparação entre as cestas de serviços oferecidas pelos bancos. O pacote padronizado, entretanto, não cumpriu a função, já que todos os bancos definiram seu preço muito acima de outros pacotes personalizados e incluindo com mais serviços.

O acompanhamento, realizado entre os dez bancos com mais de um milhão de clientes (Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, CEF, HSBC, Itaú, Nossa Caixa, Real, Santander e Unibanco), apontou que nove bancos reajustaram pelo menos uma tarifa avulsa, exceto a CEF (Caixa Econômica Federal). Foram identificados 46 reajustes diferentes, com índice de reajuste máximo no Banrisul (Fornecimento de folha avulsa de cheque, de R$ 0,35 para R$ 1,50, ou 328,6%), e mínimo, no Unibanco (DOC/TED, de R$ 8,00 para R$ 8,10 ou 1,3%). Veja tabela com os reajustes das tarifas avulsas

Também entre os pacotes/cestas de serviços oferecidos, cinco bancos aumentaram os preços (CEF, Banrisul, HSBC, Santander e Unibanco). O reajuste máximo aplicado foi no Banrisul (pacote padronizado passou de R$ 8,00 para R$ 18,50; alta de 131,25%) e o mínimo, na CEF (Pacote Especial passou de R$ 21,50 para R$ 22,00; aumento de 2,33%). Compare os reajustes dos pacotes de serviços.

Na comparação entre os dez bancos com mais de um milhão de clientes, a CEF foi a que apresentou mais ocorrência das menores tarifas (14), seguida pelo Itaú e pelo Unibanco (12 ocorrências). Já o HSBC foi o que encabeçou a lista das maiores tarifas (20 itens), seguido pelo Bradesco (9) e Banrisul (7). Confira as maiores e menores tarifas praticadas pelos bancos.

O levantamento mostrou, ainda, que há uma grande variação entre tarifas cobradas pelos mesmos serviços. Em alguns bancos, nenhuma tarifa é cobrada por determinados serviços (confecção de cadastro, cheque visado e depósito identificado) enquanto em outros bancos os mesmos chegam a custar R$ 59. E se um cheque de transferência bancária custa R$ 0,40 no Itaú/Unibanco, vale R$ 1,70 no Banrisul, uma variação de 325%. As renovações de cadastro e também os saques em terminais ou presenciais apresentam também grande disparidade de preço, conforme o banco. Por outro lado, algumas tarifas tendem a se alinhar, como a dos DOCs/TEDs, com variações muito menores. Veja tabela com a variação das tarifas avulsas.

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