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Uma série de atividades acontece hoje (22), oficialmente o Dia Mundial Sem Carro, em São Paulo. A data foi celebrada pela primeira vez na França, em 1998, com o objetivo de combater a poluição do ar e a emissão excessiva de gases de efeito estufa. Desde então, a ação se estendeu a vários países, chegando ao Brasil em 2001. Confira a programação deste ano e participe.
Além do Idec, o coletivo de Mobilização do Dia Mundial Sem Carro é apoiado pelo Movimento Nossa São Paulo, Vitae Civilis, SOS Mata Atlântica, inúmeros cicloativistas, membros da sociedade civil e de diversas organizações que vêm promovendo discussões sobre questões relativas ao aquecimento global. A temática também originou a campanha Clima e Consumo do Instituto.
Neste ano, a data faz parte do calendário de atividades da "Campanha Tic Tac", que busca sensibilizar o governo brasileiro a adotar uma posição mais contundente na Conferência sobre o Clima, que acontece em dezembro em Copenhage, propondo políticas audaciosas de redução na emissão de poluentes.
Trânsito: o grande vilão
A 3ª edição da pesquisa sobre Mobilidade em São Paulo realizada pelo Movimento Nossa São Paulo em parceria com o Ibope, divulgada na última sexta-feira (18), mostra que o trânsito está entre os principais problemas da cidade de São Paulo, apontado por 38% dos 805 entrevistados na capital. O item perde apenas para saúde (65%) e educação (41%). A margem de erro é de 3 pontos percentuais.
Assim como em 2008, sete em cada 10 moradores avaliam a situação do trânsito como "ruim" ou "péssima". Numa escala de 1 a 10, o trânsito obtém a pior nota (3,0) entre os aspectos avaliados.
O levantamento mostra ainda que houve um aumento significativo na penetração de automóveis. Na última pesquisa, 50% dos domicílios têm veículos de passeio, sendo que 1/3 adquiriu no último ano.
Em relação à poluição, 78% considera a poluição do ar a mais grave. Desse total, 41% cita veículos em geral como principal responsável pela má qualidade do ar.
O tempo médio de deslocamento do paulistano, que era de 2h30 no ano passado, subiu para 2h43 neste ano. Por conta disso, até mesmo iniciativas polêmicas como a ampliação do rodízio para dois dias e o pedágio urbano tiveram maior aceitação entre a população, inclusive entre usuários mais frequentes de automóvel.
Transporte público
A maior parte dos entrevistados defendeu a necessidade de investimentos feitos pelo poder público para tentar diminuir o problema do trânsito na cidade. Dos ouvidos, 67% prefere que os investimentos públicos nos próximos anos sejam direcionados para o transporte coletivo.
Entre as medidas consideradas prioritárias estão: a construção e ampliação de linhas de metrô e trem (61%) e a construção e ampliação de corredores de ônibus (45%).
A melhoria do transporte público é tida como condição fundamental para que ele possa atrair mais usuários, inclusive entre os que usam prioritariamente o carro. No entanto, é imprescindível que haja campanhas de conscientização e mobilização que incentivem mudanças de comportamentos dos paulistanos em direção a um uso mais racional e sustentável do automóvel.
O Dia Mundial sem Carro aparece como uma iniciativa que vai ao encontro dessa necessidade ao provocar o debate em torno dessas questões, bem como sobre as responsabilidades do poder público e dos cidadãos na melhoria da qualidade de vida na capital.