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Aumento da taxa básica de juros afeta bolso do consumidor

<p> <i>Copom aumenta em 0,5 p.p. taxa Selic - para 11,25% ao ano - para reduzir o consumo e conter a infla&ccedil;&atilde;o. Juros ao consumidor, que j&aacute; s&atilde;o altos, devem subir ainda mais</i></p>

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Atualizado: 

11/08/2011

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 10,75% para 11,25% ao ano. O aumento de 0,5 ponto percentual, decidido na primeira reunião do ano, encerrada na quarta feira (19/1), tem o objetivo de desacelerar o consumo e, assim, conter a inflação.

Como a Selic determina o custo do dinheiro para os bancos - a taxa é usada como base nos empréstimos realizados entre as instituições - uma consequente diminuição da oferta de crédito será inevitável, reduzindo também o ritmo de consumo no Brasil. Para o consumidor, esse não é o melhor momento para se tomar crédito, financiar veículos, realizar empréstimos, utilizar crédito rotativo e entrar no cheque especial, de acordo com a economista do Idec, Ione Amorim.

Por ser o segmento com as taxas de juros mais altas do País, o crédito rotativo deve ser evitado ao máximo. Em dezembro, a taxa média desse segmento foi de 10,69% ao mês e 238,30% ao ano de acordo com dados da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

O empréstimo pessoal em financeiras é outro vilão. Conforme divulgado pela Anefac, as taxas de juros desse tipo de operação giram em torno de 9,64% ao mês e 201,745% ao ano, uma das mais altas do mercado, sendo seguidas pelas taxas do cheque especial, com juros de 7,57% a.m. e 140,05% a.a.. "Essas taxas são médias. O consumidor pode encontrar taxas muito acima disso. Por essa razão é importante programar as contas e evitar o crédito", afirma Ione.

A dica do Idec é evitar tomar crédito por impulso ou por assédio das financeiras, se isso não for possível, pesquise as taxas nas instituições financeiras, realize simulações e exija o cálculo do Custo Efetivo Total (CET).

Porém, o ideal mesmo é organizar o orçamento doméstico e guardar o dinheiro que usaria no pagamento das prestações para realizar a compra à vista. "As vantagens futuras da compra à vista podem compensar a espera, com modelos de produtos mais modernos, preços menores, melhores condições de barganha e distância do endividamento", acrescenta Ione.

Aperto no crédito
O aumento da taxa básica de juros é complementar às medidas adotadas pelo Banco Central em dezembro de 2010 para restringir o consumo por meio da redução da oferta de crédito pelos bancos. Na ocasião, foi estabelecida que as instituições financeiras deveriam aumentar o depósito compulsório junto ao BC, promover a revisão do risco para concessão de crédito nas operações com mais de 24 meses e exigir entrada para financiamento de veículos, entre outras medidas.

"Independente da revisão da taxa básica de juros, a redução de recursos para a oferta de crédito, naturalmente desencadearia uma procura maior por crédito e consequentemente um aumento na taxa de juros ao consumidor", finaliza a economista.