A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministério da Saúde dão algumas dicas importantes para evitar a contaminação de alimentos. Neste Dia Mundial da Alimentação, comemorado hoje (16), o Idec também lança um especial sobre o tema, com informações para auxiliar o consumidor a ter uma alimentação saudável.

Entre outros cuidados, a Anvisa chama a atenção para os riscos da contaminação cruzada. O simples ato de cortar um frango cru e usar a mesma faca, sem lavar, para fatiar uma carne assada pode colocar a saúde em risco. Essa transmissão pode ocorrer também por meio de outros utensílios, equipamentos ou a própria pessoa que manipula o alimento.

Isso porque carnes cruas e vegetais não lavados apresentam microorganismos causadores de doenças, que podem ser transferidos para alimentos prontos. Segundo o Ministério da Saúde, os alimentos crus, como ovos e carnes vermelhas, são responsáveis por 34,5% dos surtos de doenças transmitidas por alimentos no Brasil.

A recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é para que alimentos crus fiquem sempre separados dos cozidos. Quase todos os micróbios perigosos morrem quando expostos a uma temperatura acima de 70°C.

Numa tentativa de diminuir os riscos relacionados ao consumo de ovos crus, a Anvisa obrigou, este ano, a declaração na rotulagem de ovos das seguintes expressões: "O consumo deste alimento cru ou mal cozido pode causar danos à saúde" e "Manter os ovos preferencialmente refrigerados". Nas embalagens de carnes de aves e miúdos de aves há declarações obrigatórias semelhantes.

Além de separar carnes e peixes de outros alimentos e usar sempre utensílios e equipamentos diferentes para manipular alimentos crus e cozidos, é importante também guardar os produtos em embalagens ou recipientes fechados.

Outra dica é lavar bem todos os utensílios e as mãos depois de manipular alimentos crus e guardar os alimentos preparados no fogão na geladeira, mesmo que estejam quentes.

Doenças transmitidas por alimentos

Pela classificação do Ministério da Saúde, as DTAs (Doenças Transmitidas por Alimentos) são aquelas transmitidas por alimentos, causadas pela ingestão de alimentos ou bebidas contaminados. As infecções são provocadas, em geral, por bactérias e suas toxinas, vírus e parasitas. Há também os envenenamentos por toxinas naturais (como cogumelos venenosos, toxinas de algas e peixes) ou por produtos químicos (chumbo, agrotóxicos etc).

A maioria das DTAs é causada pela Salmonella, Escherichia coli patogênica e Clostridium perfringers, pelas toxinas do Staphylococcus aureus e Bacillus cereus.

Entre os sintomas mais comuns dessas doenças estão falta de apetite, náuseas, vômitos, diarréia, dores abdominais e febre. Há casos em que outros órgãos e sistemas são atingidos, além do intestino, como o fígado (hepatite A), terminações nervosas periféricas (botulismo) e má formação congênita (toxiplasmose), entre outros. A reidratação, para recompor fluidos e eletrólitos, é um dos principais focos do tratamento.