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14/11: Idec apoia manifestação de médicos de 10 planos de saúde, em São Paulo

<div> M&eacute;dicos de planos pedem reajustes de honor&aacute;rios e melhores condi&ccedil;&otilde;es de trabalho. ONG cobra a&ccedil;&atilde;o mais efetiva da ANS e do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de no combate aos abusos</div> <div> &nbsp;</div>

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Atualizado: 

14/11/2014
Nesta sexta-feira, 14/11, médicos do Estado de São Paulo suspenderam a realização de consultas aos usuários de 10 planos de saúde. Este é mais um protesto contra os inúmeros conflitos da saúde suplementar, entre eles a interferência das empresas na autonomia do exercício da medicina, com pressões para redução de exames, de internações, antecipação de altas, diminuição de internações e outras iniciativas que prejudicam a adequada assistência ao paciente.
 
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) apoia mais uma vez a manifestação dos profissionais da saúde que reivindicam reajustes de honorários pagos pelas operadoras de planos de saúde, atualmente defasados e incompatíveis com a atividade essencial exercida. Para o Instituto, as condições impostas aos médicos, cirurgiões dentistas e demais agentes prejudicam diretamente o consumidor, que sofre com os descredenciamentos de profissionais e as longas filas de espera para agendamentos de consultas e exames.
 
Para o Idec, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) deve assumir seu papel previsto em lei e interferir na relação entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços médicos, o que inclui o estabelecimento de critérios e periodicidade de reajuste dos honorários médicos, sem ônus ao consumidor. Nesse sentido, a Lei nº 13.003/2014, em vigor a partir de 22/12/2014, estabelece que os critérios de reajuste de honorários entre prestadores e operadoras deverão estar previstos contratualmente. Ainda estabelece que, caso a operadora não efetue o reajuste de pagamento, a ANS passará a determinar o índice de reajuste a ser aplicado.
 
As más condições de trabalho de médicos de planos de saúde levam esses profissionais, aos poucos, a abandonar o sistema por não terem condições de manter seus consultórios ou de assumir os riscos de procedimentos cirúrgicos, em jornadas extenuantes e remuneração irrisória. As consultas realizadas apressadamente também podem decorrer dessa baixa remuneração.
 
É importante lembrar que a opção de muitos brasileiros pelos planos de saúde ocorre exatamente para fugir das dificuldades apresentadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), voltado para o atendimento integral e para a cobertura universal e equânime, mas que, infelizmente, na prática, ainda apresenta diversas deficiências.
 
Protesto e paralisação em São Paulo
 
Segundo informações do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), a suspensão do atendimento – por 24 horas – é para operadoras que não negociaram ou não enviaram propostas à Comissão Estadual de Honorários Médicos, composta pelo Cremesp, APM, Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), com apoio da Sociedade de Especialidades e da Academia de Medicina de São Paulo. A suspensão vale apenas para consultas eletivas e não vale para situações de urgência e emergência (risco de vida ou lesões irreparáveis, acidentes pessoais e complicações no processo gestacional).
 
O atendimento será suspenso ao grupo de operadoras que, segundo o Cremesp, sequer aceitou negociar com a classe médica ou aquelas que não enviaram propostas suficientes até o momento. São elas:
 
1. Green Line
2. Intermédica
3. Economus
4. Cruz Azul Saúde
5. Ameplan
6. Assimédica
7. CET
8. Classes Laboriosas
9. Notredame
10.Trasmontano
11. Correios
 
Para o Idec, o mais adequado seria que, por meio de propostas concretas, as operadoras de saúde impedissem o movimento de chegar a adotar a paralisação, mesmo parcial, dos atendimentos. As operadoras são responsáveis tanto pela situação a que são submetidos os profissionais de saúde quanto pela garantia de atendimento dos consumidores. Além disso, a ANS e o Ministério da Saúde vêm se omitindo na resolução desse impasse, que se repete ano após ano.
 
Principais reivindicações dos médicos:
 
Valorização das consultas médicas, chegando ao patamar de R$ 100; 
Reajuste dos procedimentos com base na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), incluindo recuperação das perdas acumuladas nos últimos anos; 
Sistema de hierarquização dos procedimentos médicos, tendo como referência a CBHPM.
 
O que o consumidor deve fazer?
 
Se o consumidor tiver alguma consulta agendada para o dia 14/11, deve remarcar as consultas e procedimentos para outras datas. Essa orientação vale especialmente para os casos em que o consumidor faça questão de se consultar com o mesmo médico e não tenha objeções em postergar a data. É bom ressaltar que será mantida a assistência às urgências, emergências e cirurgias pré-agendadas.
 
No site do Idec, há uma série de notícias e dicas para o consumidor sobre a questão dos Planos de Saúde, inclusive, um especial com muitas informações para esclarecer as principais dúvidas. http://www.idec.org.br/especial/planos-de-saude