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É comum ouvir conselhos dos mais velhos para comer determinado alimento ou tomar determinado chá para ficar livre de certos males, como dor de cabeça e indigestão.
Mas será que essa sabedoria popular tem fundamento? Quando é que o conhecimento de gerações se encontra com a ciência e a comprovação da eficácia? Acompanhe todo conteúdo, vamos tratar dessas questões.
O que são plantas medicinais?
São espécies vegetais com substâncias ativas capazes de tratar algum malefício no organismo.
Seu uso como remédio caseiro é praticado há milhares de anos pelos povos originários e esse conhecimento foi transferido entre as gerações e a ciência investiga e atualiza constantemente a eficácia dessas espécies para o tratamento de doenças.
Plantas medicinais funcionam de verdade?
Muitos são os profissionais no país que se dedicam a validar a eficácia das plantas medicinais. Segundo Victor Augusto Marin, professor da escola de Nutrição da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) é preciso se basear totalmente em ciência, em artigo científico para utilizar corretamente as plantas.
Ele inclusive usa um exemplo para explicar a questão. Ao realizar uma revisão sistemática da planta Phyllanthus ninuri, conhecida popularmente como quebra-pedra, o professor verificou que a planta não tem a propriedade de quebrar a massa sólida de sais que se formam nos rins, mas sim de inibir o crescimento do cálculo renal.
Não é sobre ignorar os conselhos dos mais velhos, mas aproveitar o fato que temos amparo tecnológico e científico para validar o consumo correto das plantas.
Planta medicinal: se é natural não faz mal
Existe a suposição de que as plantas medicinais, bem como os produtos naturais, não apresentam risco à saúde. Esse conceito, sem embasamento científico, apenas passado de geração em geração, pode oferecer sérios riscos à saúde.
Existem espécies que são tóxicas, ou se ingeridas na quantidade errada, podem causar problemas.
E tem plantas que não são recomendadas para pessoas com doenças preexistentes pois ao invés de ajudar, elas podem agravar o quadro.
Desde 1978, a OMS reconhece e recomenda o uso de plantas com reconhecimento científico para tratamentos.
Os fitoterápicos são também preparados com as plantas, mas são produtos que passaram por estudos em laboratório, que atestaram sua eficácia e segurança.
São doses concentradas em cápsulas ou xaropes que garantem os efeitos positivos da medicação.
Toda planta é medicinal?
Nem toda planta tem uma propriedade medicinal, em alguns casos ela é somente um mato para comer ou para adornar, mas não tem um atributo de cura, de melhoria de algum mal estar.
E nem sempre é a planta toda que possui benefícios. Às vezes as substâncias estão presentes nas cascas - como é o caso da canela - em outras nas raízes - um bom exemplo é o gengibre - pode ser nas flores - é o caso da camomila - ou nas folhas - o hortelã é um tipo.
Em algumas poucas espécies, como por exemplo a Plantago major, conhecida popularmente como tanchagem ou tansagem, as substâncias estão distribuídas em todo o vegetal.
As plantas medicinais curam tudo?
A origem da humanidade e muitas enfermidades ao longo da história foram tratadas com plantas num tempo onde esse era o único recurso disponível. Atualmente, com métodos, testes e verificações a ciência pode assegurar quais plantas possuem eficácia, para qual tipo de mal estar ou doença e qual a quantidade segura de consumo deste vegetal.
Essas sabedorias foram e são muito importantes, mas é preciso ter clareza de que em determinadas condições de saúde, só o uso da planta não é suficiente para tratar a pessoa, é necessário integrar diversos tratamentos para o restabelecimento da saúde.
Ah, e as plantas também não realizam efeitos milagrosos, como emagrecimento, nascer cabelos e outras demandas estéticas e sociais que algumas pessoas desejam.
Como reconhecer uma planta medicinal?
O primeiro contato com as plantas medicinais geralmente acontece nos quintais de casa, entre parentes. Vale comparar a espécie que você tem em casa, em contato pessoalmente, o nome popular dela e o nome científico.
Existem várias espécies de plantas que possuem a semelhança de tratar o sistema digestório e todas são chamadas de boldo mas com as suas variações o boldo chileno, baiano, goiano, entre outros.
Cada vegetal desse tem sua particularidade, seu nome científico que os distingue e auxilia para que você consuma a planta correta com os benefícios cientificamente comprovados.
Você pode conferir todas as espécies com propriedades reconhecidas no Mapa de Evidências de Efetividade Clínica das Plantas Medicinais Brasileiras apresenta de maneira dinâmica em linhas os nomes científicos das espécies e o quanto elas são confiáveis para tratar as doenças listadas nas colunas do mapa.