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Você sabe o que é geração distribuída? Conheça esse modelo de geração de energia

Entenda o que é a geração distribuída e conheça seus impactos no contexto brasileiro.

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Atualizado: 

24/01/2025
Homem limpando painel solar em telhado, representando manutenção na geração distribuída de energia.

Você sabe o que é geração distribuída? Esse modelo está alterando a forma como produzimos e consumimos energia. Se por um lado permite aos consumidores com poder aquisitivo para implantar empreendimentos de micro ou minigeração distribuída economizar na conta de luz, por outro amplia desigualdades sociais ao transferir custos extras aos consumidores que não adotaram essa modalidade.

Seja com painéis solares, pequenas turbinas movidas pelo vento ou outras tecnologias, esse sistema aumenta a participação das fontes renováveis na matriz energética e promove a descentralização da geração de energia no Brasil. Porém, da maneira como foi desenvolvida no Brasil, impõe severos custos aos demais consumidores, por meio da conta de luz, pelo subsídio concedido a esses empreendimentos e por outros custos dessa modalidade de geração à rede de distribuição. Quer descobrir como essa modalidade funciona? Continue lendo!

O que é geração distribuída?

Afinal, o que é geração distribuída​? Em geral, trata-se da produção de energia elétrica realizada no próprio local de consumo ou em suas proximidades. Esse modelo permite que consumidores com condições financeiras para implantar empreendimentos de micro ou minigeração distribuída produzam energia, contribuindo para complementar, em determinados períodos do dia, a geração de eletricidade das grandes usinas, que é transportada por meio de extensas redes de transmissão.

Como funciona a geração distribuída no Brasil?

No Brasil, a geração distribuída permite que consumidores com condições financeiras de implantação de empreendimentos de micro ou minigeração distribuída produzam sua própria energia elétrica, geralmente a partir de fontes renováveis, como a solar e a eólica. Esses sistemas são conectados à rede elétrica local, permitindo que o excedente de energia gerado seja injetado na rede.

Por meio do Sistema de Compensação de Energia Elétrica, SCEE, essa energia extra é convertida em créditos, que podem ser utilizados para abater o consumo de eletricidade em períodos subsequentes, quando a geração própria for insuficiente ou quando ela não ocorrer, como é caso do período noturno, para os projetos de geração solar. O cálculo e uso desses créditos seguem normas definidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que regulamenta como eles podem ser aplicados e o prazo para sua utilização.

Desafios e limitações da geração distribuída no Brasil

A geração distribuída no Brasil é marcada por desigualdades. O elevado custo inicial de instalação limita o acesso para populações de baixa renda, dificultando a democratização dessa tecnologia. Além disso, o subsídio cruzado previsto no marco legal dessa modalidade faz com que os consumidores que não adotam a micro ou mini usina de geração em sua unidade consumidora, arquem com parcelas maiores dos custos do sistema de distribuição de energia, em vista do desconto concedido pela Lei aos outros consumidores que tiveram condições de implantá-las.

Além disso, é preciso avaliar as dificuldades operacionais que geram custos adicionais ao sistema elétrico em função da geração distribuída. Isso se aplica principalmente, mas não exclusivamente, à sua intermitência, em vista de que a maioria dos projetos é de geração distribuída com energia solar, com geração apenas durante o dia e em condições de radiação adequadas. Dessa forma, não gera energia no período noturno, período em que frequentemente se recorre à geração de energia de usinas que queimam combustíveis, em decorrência do aumento do consumo de eletricidade entre 18h e 21h (variando em algumas localidades).

Impacto da geração distribuída na reforma do setor elétrico

A reforma do setor elétrico oferece uma oportunidade para revisar as atuais regras da geração distribuída, de forma a eliminar ou mitigar os impactos negativos causados pelos subsídios e demais custos e encargos dela decorrentes. Não é justo eternizar um subsídio que, comprovadamente, é majoritariamente custeado pelos consumidores que não adotam tais sistemas e favorece os consumidores com maior poder aquisitivo.

Participe da luta por um setor elétrico mais justo e sustentável!

 

As atuais regras da geração distribuída no Brasil contribuem para a perpetuação das desigualdades sociais. Por isso, o Idec luta por melhorias na regulamentação e na legislação para tornar as tarifas do sistema elétrico justas para todas as pessoas. Somente dessa forma será possível alcançar uma transição energética verdadeiramente justa.

 

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