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Está aberta a temporada de Natal, época de tocar “Então é Natal”, de organizar quem leva o quê para a ceia e claro, falando em comida, é a época da disputa dos alimentos polêmicos. Há quem ame e há quem odeie o coentro e a uva-passa, mas já pensou que talvez, pra quem não gosta, tudo pode ser sobre a forma de comer? Será que hoje conseguiremos uma trégua nessa batalha? Para o time dos que odeiam, a gente adianta: hoje vamos propor meios diferentes de consumir esses alimentos.
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Seja no grupo da firma, na família ou até no self-service, a uva-passa e o coentro figuram como personagens polêmicos com um time de defensores e outros nem tanto.
Sabemos que esses alimentos atuam diretamente nas percepções sensoriais e, dependendo de como é essa experiência, é sacramentado o famoso rótulo de “não como isso”.
O curioso é que muitas das brigas que eles causam têm mais a ver com sensações do que com o alimento em si.
A uva-passa, por exemplo, nasceu como uma simples uva in natura deixada para tomar sol no Mediterrâneo e acabou virando um ingrediente global.
Registros apontam que povos da Ásia e do Oriente Médio já desidratavam uvas há milhares de anos, mas a fama de ‘polêmica’ é contemporânea.
E tudo porque, ao entrar sorrateiramente em pratos salgados, ela desperta emoções intensas.
Mas há alternativas para isso: quando a uva-passa fica em contato com líquidos, em conservas de óleos vegetais ou em preparos pastosos, ela amacia, perde a rigidez e o doce da fruta fica mais suave. Hidratá-la com água morna, suco ou até vinho também transforma a experiência.
E o coentro? Bom, o coentro chega ao prato com a mesma sutileza de uma banda inteira ensaiando no nariz de quem não gosta.
Mas essa folha tropical, usada há milênios na culinária de regiões quentes do mundo, pode surpreender quando muda de formato.
Batido e coado em um molho com tomate e cebola, ele perde a ousadia aromática e ganha delicadeza.
Em molhos verdes, pestos, marinadas, manteigas temperadas ou até misturado à massa de pão, ele se camufla e acrescenta sabor sem atropelar o paladar de ninguém.
A verdade é que muita gente não gosta de alimentos específicos porque a forma de consumo não ajuda. Texturas rígidas, cheiros intensos ou aparições inesperadas podem ser um susto.
Mas mudar o preparo muda tudo.
A uva-passa combinada com especiarias em cozidos, batida em molhos adocicados, misturada a vinagretes de frutas ou incorporada em farofas úmidas cria outra experiência.
Já o coentro pode brilhar em pequenas doses: talos picados bem fininhos para salpicar por cima da receita, folhas misturadas a outras ervas, infusão rápida em azeite ou até congelado em cubinhos para suavizar o impacto aromático.
No fim das contas, talvez o "ódio culinário" não seja definitivo, seja só uma primeira impressão que ficou mal resolvida no passado, na forma como o alimento foi apresentado e segue perpetuada a repulsa sem motivo.
Será que esses argumentos ajudaram a uva-passa a ficar no arroz da ceia de Natal deste ano?
E se você gosta muito de consumir fruta desidratada, como a querida uva-passa no iogurte no café da manhã, tome nota de cada detalhe dessa receita primorosa de como fazer iogurte natural.
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Guilherme Reis Ranieri
Gestor ambiental (USP), pesquisador e especialista em identificação, produção e consumo de PANC @matosdecomer
A prática da coleta de alimentos sempre fez parte da alimentação humana. Poucas gerações atrás, ainda colhíamos do quintal taioba, serralha, broto de chuchu, frutinhas do mato e mesmo ervas para um chá.
Essas plantas espontâneas, que chamo de ‘matos de comer’, são geralmente muito mais nutritivas do que as variedades que encontramos nos mercados e podem voltar a fazer parte da nossa rotina. Claro que é preciso treinar o olhar e saber o que se está procurando.
Essa prática, além de divertida, ajuda a nos reconectar com a natureza, nos dá autonomia para coletar (um pouco) do nosso alimento e, de quebra, completa nossa alimentação.
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Os frutos podem ter até 10 kg
Como a natureza é fantástica, não é mesmo? A gravioleira, diferente de árvores que frutificam como um relógio — caso da aceroleira ou da goiabeira — segue seu próprio ritmo, com longos intervalos entre uma safra e outra. Mas quando decide presentear, não economiza: seus frutos costumam pesar entre 1 e 4 kg, e há relatos de graviolas gigantes, alcançando impressionantes 8 a 10 kg em regiões de cultivo tradicional.
A casca, apesar da aparência firme e espinhosa, revela sua fragilidade quando o fruto amadurece: basta um toque para romper. Por isso, a escolha é importante. Prefira graviolas de casca verde-clara e íntegras, evitando as que apresentam manchas escuras, rachaduras, mofo ou textura excessivamente mole. Depois de colhida, ela amadurece rápido, portanto, congele uma parte e consuma o restante em até três dias, aproveitando a polpa aromática e delicada da graviola.
Sabor marcante e fresco
O salsão (Apium graveolens) tem protagonismo nas suas receitas ou está relegado somente a ingrediente de caldo caseiro de legumes? Pois saiba que esta é mais uma espécie de planta alimentícia não convencionais (PANC), pois, apesar de conhecida e consumida, em muitos casos acham que somente o talo é aromático ou comestível, mas as folhas e a raiz também são apreciados.
Destine as folhas para os mesmos preparos que você usaria a salsinha. Por cima dos pratos, na finalização, em caldos, molhos e risotos. Já os talos, podem ser cortados em formato palito e servidos - com um molho de iogurte com queijo (lembre da receita que indicamos lá em cima). No geral, um maço dessa verdura rende muito, por isso, congele se for necessário, o salsão aceita muito bem o processo de congelamento. Será que o salsão também entra no ranking de alimentos polêmicos? Seu sabor tem um traço marcante nos preparos culinários e abre um frescor no paladar.
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Doce de graviola em pasta
Essa sobremesa alia um sabor adstringente, doce e perfumado. Fica na textura certa quando fica puxa-puxa, mas também dá para cortar as fatias com faca.
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Pimentão com iogurte
Vamos desmistificar que sopas só devem ser consumidas quentes e no inverno? Essa é uma receita de sopa fria e uma mescla perfeita entre doçura, frescor e o toque terroso do cominho.
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Salsão refogado com pera
A suavidade da fruta encontra o sabor marcante da hortaliça e juntos, cozidos, agregam sabor um ao outro. Um jeito novo e simples de consumir alimentos que já fazem parte da rotina.
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