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No dia 9 de outubro, chegamos ao fim do prazo para que as fabricantes implementassem a lupa nos rótulos de alimentos e bebidas embaladas no Brasil.
Vamos fazer um resgate dessa luta, olhar para o que temos a comemorar e o que temos ainda a avançar. Vem ler!
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A luta pela rotulagem de alimentos no Brasil tem uma trajetória marcada pela pressão de organizações da sociedade civil, pesquisadores e entidades de defesa da pessoa consumidora que, há décadas, reivindicam mais transparência sobre o que chega à mesa da população.
Não é de hoje que as informações nos rótulos podem ser confusas, técnicas e pouco acessíveis, dificultando que as escolhas alimentares sejam realizadas de forma consciente.
Por esse motivo, ter normas que melhorem o entendimento sobre a informação que consta na rotulagem de alimentos é fundamental para equilibrar a relação entre quem produz e quem consome.
A transparência não deve ser vista como um obstáculo, mas como um direito: o de saber o que se está comendo.
Por isso, nós do Idec temos incidência em diversas normas, estudos e grupos de trabalho buscando uma rotulagem honesta, não só para escolhas alimentares mais informadas, mas também para uma cultura de consumo mais justa.
E para falar das conquistas alcançadas com a implementação da lupa, precisamos voltar a 2014, quando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) formalizou o convite para que nós do Idec integrássemos o grupo de trabalho para discutir novas propostas para o aprimoramento da rotulagem nutricional, informação obrigatória em alimentos e bebidas embalados.
De lá para cá muita coisa aconteceu. Algumas delas foram:
- Junho de 2017: o Idec em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), apresentou à Anvisa uma proposta de rotulagem frontal no formato de triângulos, com base em pesquisas científicas e experiências internacionais;
- Maio a Julho de 2017: consulta pública online com 3.579 participações, que teve como objetivo coletar dados, informações e evidências científicas sobre a proposta de aprimoramento da rotulagem nutricional de alimentos;
- Outubro de 2017: Campanha do Idec “Você tem o direito de saber o que come”, exibida na TV, em horário nobre, e também no rádio e nas mídias impressa e digital;
- Setembro a Dezembro de 2019: consulta pública online com mais de 23 mil participações, para que a população pudesse opinar e discutir sobre as informações que deverão estar presentes nas embalagens dos alimentos.;
- Outubro de 2020: Publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 429/2020 e da Instrução Normativa (IN) nº 75/2020, que instituiu a lupa para sinalizar os produtos com alto teor em açúcares adicionados, sódio e gorduras saturadas.
Passados 36 meses desde o início da implementação da lupa, a medida foi um avanço na transparência dos rótulos, mas ainda apresenta pontos de atenção que comprometem seu completo objetivo de informar e proteger as pessoas consumidoras.
Uma das metas a partir de agora é reavaliar junto à Anvisa os limites para os nutrientes, os chamados pontos de corte, para que a implementação da lupa nos rótulos esteja alinhada com as recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, ou seja, favorecendo que uma maior parte de produtos ultraprocessados, que devem ser evitados, sejam rotulados .
Seguiremos nessa batalha de aprimoramento da norma para que a rotulagem nutricional frontal cumpra plenamente seu papel de promover escolhas mais informadas e possibilitar que elas sejam mais saudáveis, para colaborar na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis.
No De Olho nos Rótulos listamos o histórico da nossa luta pela rotulagem de alimentos no Brasil e detalhamos o que a norma diz hoje sobre os produtos que devem conter a lupa ou não.
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PARTICIPE
🍽️ Quem tem fome, tem direitos
Para alcançar e mobilizar as pessoas para os desafios cotidianos de quem precisa alimentar a família em meio à sobrecarga de tarefas e a insegurança alimentar e nutricional, “Quem Tem Fome Tem Direitos” é um jogo online e gratuito que propõe uma narrativa pedagógica sobre o direito humano à alimentação adequada, abordando o tema com sensibilidade e engajamento. Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável
ESTUDO
📑 A saúde das pessoas adultas
Neste mês de outubro, que é celebrado o Dia Mundial da Alimentação, foi divulgada uma edição especial do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto, o Elsa-Brasil sobre os impactos dos hábitos alimentares na saúde de adultos. Um dos dados alarmantes é o fato de que pessoas brasileiras seguem consumindo sal acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). UFES
ATENÇÃO
👎🏽 Zero vantagens
A reportagem especial contextualiza o surgimento das bebidas zero, que antigamente eram chamadas de “diet” ou “light” e apresenta estudos que falam do impacto das bebidas ultraprocessadas no organismo. Veja Saúde
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João Peres
Jornalista e diretor de O Joio e O Trigo – @ojoioeotrigo
Acredito que a rotulagem frontal precisa ser enxergada como um caminho, e não como uma finalidade em si. Passados alguns anos desde o início da implementação das lupas no Brasil, e agora que chegamos ao fim dessa etapa, penso que é positivo enxergá-las como um instrumento de diálogo com a população e como algo que pode conduzir a outras mudanças no sentido de promoção da alimentação adequada e saudável.
Todos que temos acompanhado esse processo já sabíamos que os pontos de corte definidos pela Anvisa para determinar quais produtos levariam as lupas eram frágeis, e deixariam de fora um percentual relevante de produtos ultraprocessados. Sabíamos, também, da necessidade de que fossem criados avisos para a presença de adoçantes, de forma a desestimular a simples substituição de açúcares por esses aditivos.
Entendo que devemos cobrar a agência reguladora a reavaliar sua decisão. O avanço em uma série de evidências científicas dá base a que se possa defender uma rotulagem específica para ultraprocessados, indo além do foco em nutrientes.
O papel da Anvisa é a promoção da saúde pública, então, a rotulagem precisa comunicar o que melhor cumpre esse papel. O rótulo, por ser um espaço de informação com o qual todos temos contato, pode cumprir um papel importante em termos de comunicação, criando uma opinião pública que possa demandar mudanças na regulação de ambientes alimentares para que tenhamos como, de fato, evitar o consumo de ultraprocessados.
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Vai bem com tudo
O chuchu (Sechium edule), é uma planta originária da América Central, especialmente do México, onde já era cultivado pelos povos astecas muito antes da chegada dos europeus. Seu nome vem do termo indígena “chayotli”, que significa vegetal espinhoso, fazendo referência à sua casca rugosa. Chegou ao Brasil durante o período colonial e se adaptou tão bem ao clima tropical que rapidamente se espalhou pelas hortas domésticas e quintais do país.
Curiosamente, o chuchu é uma das poucas hortaliças que se desenvolve melhor em treliças e cercas, o que lhe rendeu fama de planta “invasora” e generosa, já que cresce fácil e dá frutos o ano todo. Apesar da fama injusta de sem graça, o chuchu é versátil: pode virar doce, torta, suflê, refogado e até base para brigadeiro cremoso. No interior, há quem use o fruto em conserva, e nas regiões litorâneas, ele aparece em pratos com peixe e frutos do mar, ou seja ele combina com qualquer alimento.
Uma mistura de sabores de tubérculos
Seria assim possível descrever o sabor do mangarito (Xanthosoma riedelianum)? Essa planta alimentícia não convencional (PANC) é, na verdade, um rizoma, ou seja, um caule que se desenvolve debaixo da terra e tem um sabor que pode remeter a uma mistura dos sabores da batata, mandioca, batata baroa, cará e inhame.
A consistência do mangarito depois de cozido é um pouco mais firme. É possível fazer com o mangarito os mesmos preparos culinários que normalmente se faz com os tubérculos acima. A sopa e o purê de mangarito, por exemplo, merecem ser experimentados
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Compota de laranja
As rodelas da fruta são conservadas em uma calda com especiarias, a fruta pode ser consumida como sobremesa ou integrar outros preparos. O sabor é incrível.
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Bolinho de mangarito
Basta mangarito cozido misturado com fermento e especiarias para se ter um bolinho com essa PANC. Ele já tem quantidade de amido suficiente para dar liga sozinho e virar um saboroso bolinho.
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Pipoca com manjericão
Já imaginou preparar uma pipoca na panela para ver aquele filme e deixar o manjericão apurar no vapor dos grãos? Pois se por essa você não esperava, vai precisar fazer para comprovar o quanto fica bom.
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