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Em meio à rotina, nem sempre dá pra perceber, mas tem muita gente querendo decidir por você.
A indústria dos ultraprocessados, as redes sociais e até alguns influenciadores empurram produtos e hábitos disfarçados de escolhas.
E é por isso que estamos de olho nelas e queremos te contar essa história para juntarmos nossas forças contra a injustiça!
Nós do Idec denunciamos a Bimbo do Brasil (fabricante do bolinho Ana Maria), o grupo Meta (responsável pelo Instagram) e sete influenciadores e por publicidade enganosa e abusiva.
Estimular o público infantil a consumir ultraprocessados é inaceitável e vamos explicar o porquê.
Analisamos 14 produtos da linha de bolinhos Ana Maria e sua publicidade no ambiente digital.
Primeiro, vamos ao fato de serem ultraprocessados.
Esses produtos contêm entre oito e 16 ingredientes diferentes só para dar sabor, cor, aroma e textura aos recheios e coberturas. A maioria deles você nunca vai achar na sua cozinha!
Bolinhos repletos de aditivos alimentares com o objetivo de conferir ou modificar as características sensoriais dos produtos, sem falar que 13 produtos da linha são “altos em” açúcar adicionado e três em gordura saturada.
Ou seja, esses bolinhos estão longe de ser uma boa opção para uma alimentação adequada e saudável, como recomenda o Guia Alimentar para a População Brasileira.
E sempre vale lembrar o que ele diz: ultraprocessados devem ser evitados, especialmente na infância, pois estão associados a uma série de problemas de saúde.
A marca traz no rótulo que o bolinho é uma fonte de cálcio e vitaminas, mas sabemos que essas vitaminas e minerais isolados não trazem o mesmo benefício que os alimentos in natura ou minimamente processados.
Eles também distorcem a percepção do que é realmente nutritivo. Colocam a imagem de alimentos in natura como o morango, cenoura e a banana, mas continuam sendo produtos ultraprocessados, com formulações repletas de aditivos e muito distantes dos alimentos fornecidos pela natureza.
Pensa que acabou? Não! Ainda tem o fato que alegam ter baunilha e mel quando não contêm tais ingredientes nas composições.
E para isso temos nome: ingredientes fantasmas. O que configura publicidade enganosa, conforme indica o Código de Defesa do Consumidor.
E como algo ruim parece bom e entra nos lares? Por meio da publicidade!
Fabricantes desenvolvem embalagens com a utilização de personagens, desenhos, cores e termos para atrair crianças, além de contarem com influenciadores para propagar seus produtos como boa opção para consumir na escola.
Tudo isso é estratégia. Por trás do apelo visual, os ingredientes ruins passam despercebidos — e a propaganda se espalha ainda mais nas redes sociais.
Nossa denúncia também destaca o favorecimento que as plataformas dão a este tipo de publicidade. Aquele influenciador que parece estar só “dando uma dica”, muitas vezes está sendo pago — e caro — para isso.
Mas a boa notícia é que a Secretaria Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor do Rio de Janeiro, por meio do Procon Carioca, já determinou a suspensão imediata das campanhas publicitárias do bolinho que utilizam elementos infantis, bem como a retirada de conteúdos enganosos das redes sociais e a proibição de brindes ou estratégias de marketing voltadas às crianças. A notificação também exigiu que a empresa apresente contratos e comprovantes de remuneração de influenciadores digitais envolvidos na publicidade.
Uma grande vitória, mas a luta continua!
Se quiser saber mais sobre essa história, acesse aqui a notícia.
Diante desse cenário, a gente precisa ter muita atenção. Leia sempre os rótulos e a lista de ingredientes! Desconfie de promessas mirabolantes e lembre que comida saudável não precisa de propaganda para convencer.
Informação é poder! E é ela que impede que consumidores caiam em armadilhas que parecem inofensivas, mas que são bem planejadas para gerar um consumo sem problematização dos impactos na saúde.
É para que estes e outros casos, que nós do Idec lutamos há 38 anos combatendo abusos nas relações de consumo.
E é por isso que defendemos o Guia Alimentar para a População Brasileira para orientar políticas públicas e consumidores como forma de garantir nosso direito a uma alimentação adequada, saudável e sustentável.
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E o seu apoio garante que possamos continuar com este trabalho. Junte-se a nós!
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