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A folha de louro, a páprica, a ameixa seca acabaram. Se você repõe esses alimentos a granel, faz muito bem!
Em um mundo cada vez mais marcado pela pressa e pelo consumo empacotado, os mercados de venda a granel são boas alternativas para quem busca uma alimentação mais consciente, sustentável e variada.
São espaços onde o alimento pode ser encontrado na sua forma mais simples, permitindo que cada pessoa escolha a quantidade exata que vai consumir — evitando desperdícios, embalagens desnecessárias e, muitas vezes, gastos excessivos.
É comercializada uma diversidade de produtos, como: frutas secas (uva-passa, banana-passa, tâmara, maçã, figo), castanhas (do Pará, de caju, nozes, amêndoas), sementes (abóbora, girassol, chia, linhaça), grãos e leguminosas (feijões variados, lentilhas, grão-de-bico), cereais (aveia, cevada, milho para pipoca, trigo em grão), farinhas (de mandioca, arroz, milho, trigo integral), temperos secos, chás, e até cafés moídos na hora.
São alimentos secos, ótimos para ter na despensa como base para preparar diversas receitas.
E o mais importante: eles são minimamente processados, segundo a Classificação Nova.
Ou seja, são alimentos in natura que passaram por pequenas alterações, como limpeza, moagem, secagem ou pasteurização, mas sem adição de ingredientes como sal, açúcar ou gorduras, ou substâncias como aditivos alimentares.
E aqui a gente precisa ligar o botão do alerta para aqueles produtos que estão infiltrados nesses espaços, vendem uma proposta de saudabilidade mas são ultraprocessados.
Barrinhas coloridas, snacks proteicos, misturas prontas para bolos ou sopas instantâneas, temperos com nomes de apresentadores muitas vezes carregam o selo de “natural” ou “fit”, mas trazem a mesma lógica industrial que vemos nos supermercados.
A crítica, portanto, precisa ser feita com responsabilidade: nem tudo que é vendido a granel é automaticamente saudável.
Mesmo sendo um espaço com alimentos disponíveis em caixas transparentes, é um direito de toda pessoa consumidora pedir informações sobre a composição de determinado tempero, por exemplo. Saber se ele tem glutamato monossódico na composição, ou outros aditivos.
Desconfie se algum produto tem uma aparência muito artificial ou aroma excessivamente doce, converse com quem vende os produtos, essas são atitudes importantes para garantir escolhas mais conscientes.
A indústria de ultraprocessados sabe explorar tendências, inclusive dentro de comércios que nasceram para ser uma alternativa a ela.
Por outro lado, os mercados de granel também são espaços vivos de convivência, troca e construção de confiança.
Quem frequenta feiras ou armazéns a granel com frequência logo passa a conhecer a pessoa que comercializa e pode perguntar sobre a origem dos alimentos, compartilhar receitas ou dicas de uso.
É nesse ambiente que se cria um vínculo que vai além da compra e venda. É uma forma de reconstruir relações menos automatizadas com a comida e com as pessoas.
Observe como os alimentos estão armazenados, como são manuseados, a limpeza do local, se os recipientes estão protegidos da luz e da umidade, se há reposição frequente, tudo isso também faz parte da experiência de compra responsável.
Pergunte sobre a validade dos produtos, veja se os manipuladores de alimentos utilizam touca e colheres exclusivas para cada recipiente.
Quem comercializa alimentos no granel deve seguir padrões higiênicos e sanitários como são praticados em outros ambientes que comercializam alimentos.
E aproveite o pote de vidro vazio para preenchê-lo com boas escolhas.
Ah, falando em pote de vidro, se você pensar bem, é possível pesar os grãos ou outro alimento e transferí-lo diretamente para a embalagem onde ficarão armazenados na sua casa, reduzindo a quantidade de plástico.
Se seu pote de tempero tem um tamanho específico, leve ele. No geral, quem comercializa esses alimentos está acostumado à prática.
Outra opção são os sacos de papel, pois os sacos plásticos descartáveis têm um tempo de decomposição que pode ultrapassar centenas de anos, acumulando-se em aterros sanitários, rios e oceanos.
Se o espaço que você frequenta ainda não utiliza, pode ser uma dica que adotem sacos de papel.
Essa mudança cotidiana, simples e acessível, fortalece iniciativas sustentáveis, estimula economias locais e nos reconecta com formas mais sensatas de produzir, vender e consumir comida.
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