Nós do Idec, sabemos o quanto são diversas as realidades que se relacionam com a necessidade do aleitamento, mas que, de qualquer forma, é importante falar sobre o assunto seja com pessoas que se identificam como mulheres e como mães, seja nas diversas outras formas de experienciar esse momento da vida.
Afinal, é de conhecimento da maioria o quanto o leite humano é um alimento completo, que contém na sua composição, os nutrientes, os hormônios, os anticorpos, os microorganismos benéficos e outros elementos necessários para as crianças.
Pois, mesmo com todas as evidências científicas sobre os inúmeros benefícios da amamentação, ela continua sendo atacada por estratégias desleais da indústria de produtos que competem com o leite humano.
E os números provam isso.
Segundo o último inquérito do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) do Ministério da Saúde, realizado entre 2019 e 2020, foi constatado que a porcentagem de crianças brasileiras menores de seis meses amamentadas de forma exclusiva é de apenas 45,8%. Já nas menores de quatro meses, de 59,7%
Temos como objetivo, enquanto nação, alcançar até 2030 os 70% de aleitamento humano exclusivo até o sexto mês, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Por isso, celebramos o dia 21 de maio, como o Dia Mundial de Proteção ao Aleitamento Materno, destacando, entre tantos pontos, a importância de combater a publicidade de produtos que competem com o leite humano, como as fórmulas infantis e os bicos artificiais.
Pois, na prática, o aleitamento humano envolve, além de quem amamenta, todos que compõem sua rede de apoio.
Existem outras formas de fornecer leite humano para o bebê que não somente direto pela mamada.
Por exemplo: o bebê nasceu prematuro e precisou receber leite de um banco de leite humano, acabou o tempo de licença e a pessoa lactante precisa voltar para o trabalho, é feita a ordenha e é oferecido o leite humano em um copinho ou uma colher.
Não são recomendados os bicos artificiais ou mamadeiras, pois confundem os bebês, atrapalham a pega e estão associados ao desmame precoce.
Lactantes precisam ter assegurado o direito ao pré-natal orientativo e empático, que capacita a família a entender os motivos de porque o aleitamento humano exclusivo deve ser preservado e oferece soluções para manter a oferta de leite humano mesmo nos momentos em que a amamentação não é possível .
E para um amamentar e aleitar seguro, nós do Idec, atuamos também pressionando o poder público por uma regulamentação rigorosa de campanhas digitais que proíbam que pessoas públicas, com relevância social, promovam o uso de produtos que competem com o leite humano, influenciando as decisões das famílias em relação à alimentação infantil.
Para se ter noção, algumas das técnicas de publicidade passam por promoções e brindes gratuitos, anúncios patrocinados, um mundo “perfeito” e resolutivo das fórmulas, entre outros mecanismos abusivos.
Também queremos destacar que quando falamos de aleitamento, não falamos apenas de mães.
Para entender melhor, vamos fazer uma pequena diferenciação. Como já dissemos, o aleitamento pode ser fornecido ao bebê pelas pessoas que compõem a rede de apoio da pessoa lactante.
Já a amamentação é o ato de oferecer ao bebê o leite diretamente do peito. É um momento de vínculo, afeto e cuidado. Também estimula o desenvolvimento emocional e neurológico do bebê.
Quem oferece o peito — independente da identidade de gênero – oferece amor, vínculo, proteção e o alimento mais completo que um bebê pode receber.
Não devemos impedir ou constranger vivências não padrões, mas sim respeitar e acolher que famílias possam acessar os serviços públicos disponíveis para a promoção da amamentação.
Afinal, o livre planejamento familiar é um direito assegurado pela Constituição Federal.
Nos dois casos, na luta pela valorização do aleitamento e da amamentação, estamos defendendo o direito à saúde e ao desenvolvimento pleno na primeira infância.
Por isso, reforçamos: toda pessoa que deseja e tem condições de amamentar ou aleitar deve ser apoiada — pelo Estado, pela sociedade, pelos serviços de saúde.
Temos uma página de conteúdo especial sobre a amamentação no Brasil, onde você pode conferir as atuações que nós do Idec realizamos ao longo dos anos, poderá baixar o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos, entre outros conteúdos muito importantes, confira!
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