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A troca de sementes é um hábito que você vê acontecer à sua volta? Muito mais do que um costume antigo, a prática segue viva e é a representação de resistência e de cuidado com a diversidade alimentar.
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Já parou para pensar na quantidade e na variedade de plantas que existem no nosso país? Em um estudo realizado em 2015, chegaram a catalogar cerca de 46.000 espécies nativas de plantas comestíveis no Brasil. Mas desse total, somente 300 são frequentemente consumidas.
A monocultura e a padronização dos alimentos imposta por grandes corporações do agronegócio são responsáveis pelo baixo número de espécies consumidas frente à disponibilidade de alimentos que a natureza nos oferece.
Por isso, a troca de sementes e mudas entre agricultores, comunidades tradicionais, povos originários e jardineiros urbanos, além de ser uma prática ancestral, é, mais do que nunca, essencial para a preservação da biodiversidade.
Ao trocar sementes crioulas, variedades nativas e mudas de plantas adaptadas ao clima e ao solo de cada região, os agricultores mantêm viva uma riqueza genética que está sendo constantemente ameaçada pela substituição por sementes híbridas ou transgênicas, muitas vezes patenteadas e controladas por poucas empresas.
Essa biodiversidade é essencial não apenas para a segurança alimentar, mas também para a resiliência dos sistemas produtivos diante das mudanças climáticas.
Fomentar a troca de sementes significa diversidade de sabores, cores, formas, ciclos de produção e usos culinários e medicinais.
Imagina só saborear outras variedades de feijão? Poder fazer uma pipoca de milho criolo?
Essas trocas costumam acontecer em feiras, encontros de agroecologia, festivais culturais, aldeias indígenas e quilombolas, bem como entre vizinhos e amigos que cultivam quintais ou hortas urbanas.
Procure informações em coletivos de agroecologia na sua cidade. Certamente, alguém pode fornecer algumas sementes para o seu cultivo particular ou ainda apresentar eventos que incentivam as trocas por aí.
Mais do que simples transações, esses momentos são rituais de memória, afeto e resistência, em que se compartilham histórias de luta, modos de vida e sonhos de futuro.
Diversas redes vêm se organizando para incentivar essas práticas, como os bancos comunitários de sementes, os viveiros agroecológicos e as casas de sementes crioulas.
Funciona da seguinte forma: nesses espaços, sementes são coletadas, catalogadas, multiplicadas e distribuídas com o objetivo de fortalecer a soberania alimentar e promover práticas agrícolas sustentáveis.
Manter viva e falar da importância das trocas de sementes, em tempos de crise climática e insegurança alimentar, é proteger o passado e o futuro por meio da multiplicação de alimentos.
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ATENÇÃO
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José Newton Coelho Meneses
Historiador e Professor do Departamento de História da FAFICH-UFMG Coordenador do grupo de estudos Tutu – História da alimentação e das práticas alimentares – @tutu.ufmg
A comida, como linguagem, expressa relações sociais, pertenças, práticas, valores e identidades. As cozinhas, assim, narram e nomeiam as “coisas” da cultura, incluindo pratos e refeições, costumes, ritos devocionais e temporalidades. As “coisas” da mesa narram as culturas.
Buscando a compreensão da história pelos elementos materiais da cultura, apreendo as experiências e busco ler os artefatos como linguagem e como inteligência, como parte do gesto humano. Compreendo a comida como artefato-gesto-linguagem-narrativa.
A alimentação constrói-se historicamente e se transmite no tempo sendo, portanto, tradição. Em sua dinâmica criativa, a tradição alimentar faz-se de permanências e de mudanças. Como toda tradição, permanece porque muda criativamente, se adapta mantendo eixos e valores.
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Aproveita-se tudo
As folhas, os talos e a raiz do nabo são comestíveis e saborosos. Como alimento, a raiz deve ser consumida crua, já as folhas e os talos podem ser usados em saladas, caldos, sopas, cozidos, refogados, e como recheio.
Para saber o ponto certo do nabo, ele deve estar com a superfície lisa, sem machucados ou manchas. Dê preferência por armazenar na geladeira, dura em média 20 dias se bem acomodado em uma vasilha com tampa.
Textura crocante e versatilidade
De sabor agradável e com muitas formas de utilização, a bardana (Arctium iappa) pode ser considerada uma planta espontânea no Brasil, mesmo sendo nativa da Ásia. Muito popular em preparos orientais, possivelmente teve seu cultivo espalhado no país por meio das comunidades nipônicas.
Apesar de estar listada como hortaliça, efetivamente o que se consome são apenas suas raízes. Devem ser cortadas em rodelas, colocadas de molho na água com uma pitada de sal e limão para evitar que escureça. Depois de enxaguar, pode-se fazer as rodelas fritas, refogadas com outros alimentos, cruas na salada ou misturadas ao arroz. Ela também é versátil a ponto de ser base para doces, basta bater as raízes no liquidificador e levar a panela com açúcar até o ponto desejado para doce de compota.
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Cuca de uva
Quem mora no Sul já conhece ou experimentou essa receita. Aproveite a safra da fruta para fazer essa viagem gastronômica com uma receita que é macia e úmida, mas também tem um toque especial da farofinha crocante por cima.
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Gratinado de abobrinha
Aqui é preparo de um recipiente só, que é super rápido e prático. Serve bem para almoços com pessoas queridas e se feito em muita quantidade, pode ser congelado e fica saboroso como recém feito na marmita.
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Bolinho com bardana
A folha tem uma nuance amarga, mas é só saber aproveitá-la. Bolinhos de arroz, milho, pão e legumes combinam muito bem com a hortaliça.
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