Já pensou no quanto de publicidade tem ao seu redor, infiltrada em tudo o que você faz?
Por onde você transita na sua cidade ou quando está vendo televisão ou se distraindo nas redes sociais, tem a divulgação de marcas de refrigerante, salgadinhos, entre outros…
Sabe porque te bombardeiam com tanto estímulo? Para te convencer a provar e comer o que não é natural, não é palpável ou explicável.
Afinal, você precisa explicar o que é uma melancia? A manga, por exemplo, é simplesmente uma manga.
Já o macarrão instantâneo, do que ele é feito? O que são os aditivos alimentares que existem na composição dele? Como entender o que é inosinato dissódico e guanilato dissódico que estão descritos na parte de trás das embalagens desses produtos?
Você tem o direito de saber o que está consumindo para, assim, fazer escolhas alimentares mais saudáveis.
É por isso que nós do Idec, há mais de 37 anos, atuamos falando sobre isso e pressionando autoridades para que leis e regulamentações protejam as pessoas consumidoras. E tudo isso de forma independente, sem contar com nenhum centavo de empresas, partidos e governos para garantir compromisso inegociável com essa causa.
Pois, em meio a tanta publicidade e interesses econômicos que interferem na política pública, são conteúdos como esse, que desmascaram essas artimanhas.
Essa luta não é de igual para igual. O dinheiro que movimenta a publicidade de ultraprocessados é algo estratosférico, são muitas cifras para manter o lobby desses produtos.
Com produção assinada pelo coletivo Bodoque, o documentário “O que se vende, o que se come - desvendando a publicidade de alimentos” pontua:
- Como essas empresas utilizam estratégias de marketing agressivas e informações enganosas para convencer as pessoas consumidoras de que seus produtos são saudáveis ou essenciais na alimentação diária
- O direito da pessoa consumidora à informação transparente e isenta de interesses
- O combate aos interesses econômicos que, muitas vezes, se sobrepõem à saúde pública
- Alerta à população sobre os riscos do consumo excessivo de ultraprocessados
O material apresenta ainda casos de sucesso da mobilização e da atuação da sociedade civil, como foi a denúncia do sucos Dell Valle feita pelo Observatório de Publicidade de Alimentos (OPA).
Em 2022, solicitamos ao Procon do Distrito Federal a apuração de uma infração do Código de Defesa do Consumidor (CDC) por publicidade enganosa em uma das linhas de bebidas Del Valle Fresh.
As ilustrações contidas no rótulo levavam a concluir que o produto era saudável e feito à base de frutas, enquanto, na verdade, as frutas não representavam nem 1,5% do conteúdo da garrafa.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), suco é a bebida que contém somente suco de fruta; néctar é aquela que contém entre 10 e 50% de suco de fruta; e refresco, o que contém entre 5 e 30%.
O Del Valle Fresh não se encaixava em nenhuma dessas categorias porque não alcançava as quantidades mínimas de frutas exigidas.
No começo de 2024, a linha teve a fabricação descontinuada no país, o que representou uma grande vitória para a população brasileira.
O documentário reserva essas e outras curiosidades e fatos de interesse público. Vale muito a pena assistir e compartilhar com amigos.
Assista aqui, gratuitamente, “O que se vende, o que se come - desvendando a publicidade de alimentos”.
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