Segundo os registros históricos, já faz cerca de cinco mil anos que a humanidade consome sal.
Essa substância marcou mudanças significativas na relação da espécie humana com o alimento. Atualmente, inclusive, a palavra ‘salário’ deriva dessa forte influência que o sal tinha como moeda de troca.
Apesar de o sódio ser um mineral essencial para o bom funcionamento do nosso corpo, seu consumo excessivo pode trazer diversos problemas de saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo máximo de dois gramas de sódio por dia, o que equivale a cerca de cinco gramas de sal.
No entanto, a maioria das pessoas consome muito mais do que o recomendado, e isso pode acarretar no desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como hipertensão, doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC) e doenças renais.
A principal fonte de sódio é o sal de cozinha, mas não se engane achando que só preparos caseiros com muito sal são perigosos.
Os produtos processados e ultraprocessados também podem conter grandes quantidades de sódio.
E para reduzir esse consumo é importante prestar atenção nos rótulos e evitar sobretudo aqueles ultraprocessados que alertam sobre o "alto teor de sódio".
A lupa de “alto em” sódio é uma importante ferramenta para auxiliar na identificação e na escolha de opções com menor teor desse nutriente.
E para fazer uma escolha ainda mais informada, não se esqueça de sempre conferir a lista de ingredientes, para identificar se aquele produto se trata de um ultraprocessado.
Afinal, como sempre batemos na tecla, a ciência já provou e alerta diariamente que o consumo excessivo de nutrientes como açúcar, gordura saturada e sódio são prejudiciais a saúde.
A maioria das pessoas compreende os perigos do excesso de sal, mas às vezes não reduz a quantidade por receio de a alimentação ficar sem graça.
No entanto, reduzir este ingrediente nos preparos culinários não significa abrir mão do sabor. Pelo contrário! Explorar novas formas de temperar os alimentos pode tornar a experiência gastronômica ainda mais interessante e prazerosa.
Uma das alternativas é o uso de ervas frescas e secas, como alecrim, manjericão, orégano, salsinha e cebolinha. Elas realçam o sabor dos pratos e podem ser combinadas de diversas formas.
Sempre citamos lá na seção ‘tá na época’ muitas plantas alimentícias não-convencionais (PANC) para consumo enquanto hortaliça, saiba que várias delas possuem sabor e aroma incríveis para revolucionarem seus pratos e serem utilizadas como ervas para diversas preparações.
Vamos destacar duas que são fáceis de plantar, de baixa manutenção e que garantem um sabor único combinadas em temperos caseiros.
A primeira delas é a erva baleeira (Cordia verbenacea), nativa da Mata Atlântica, tem um aroma e sabor semelhante a um caldo.
Já a hortelã-pimenta (Mentha x piperita L.), além de refrescante, é também picante, mas nada forte, só uma leve característica. Pilar o alho, a hortelã com pouco sal gera uma pasta maravilhosa para refogar a comida.
Tem também as especiarias que possuem alta durabilidade na despensa e garantem muito sabor, como: cúrcuma, páprica, gengibre, noz-moscada e cominho. Dão um toque especial às receitas e permitem criar combinações que transformam até os pratos mais simples.
O alho e a cebola, sejam crus, refogados ou assados, também são ótimos aliados na redução do sal, pois conferem um sabor marcante aos alimentos.
É possível bater pouca quantidade de sal grosso no liquidificador com temperos e especiarias e construir um “sal de ervas” com um sabor suave e com menos sódio.
Se você ainda não aderiu ao limão como um tempero, saiba que a fruta é muito versátil. O sabor ácido realça o gosto natural dos alimentos e combina bem com saladas, sopas e até no feijão refogado.
Outros recursos ácidos que realçam os alimentos são o vinagre, tanto o de maçã quanto o balsâmico, que cumprem essa função e adicionam um toque especial aos pratos.
E, por favor, elimine aqueles ‘temperinhos prontos' ultraprocessados e vendidos em tabletes ou pózinhos. Prefira preparar e ter armazenados caldos caseiros ao invés desses.
Para quem deseja fazer uma transição gradual, reduzir o sal aos poucos é uma abordagem eficaz.
Diminuir a quantidade utilizada na comida ao longo do tempo permite que o paladar se acostume e passe a perceber melhor os sabores naturais dos alimentos.
Outra dica importante é evitar levar o saleiro à mesa, essa mudança incentiva o consumo dos alimentos como foram preparados.
Ao priorizar ingredientes frescos e naturais, evitar os ultraprocessados e explorar novas formas de tempero, é possível manter uma alimentação saborosa, saudável e equilibrada.
Reduzir o sal não é sinônimo de comida sem graça, mas sim, uma oportunidade de descobrir um mundo de novos sabores, garantindo bem-estar e qualidade de vida.
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