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Janeiro - para algumas pessoas - é um mês onde o fluxo de atividades ainda está devagar. Tempo de viajar, de ler e dar o pontapé para aprender coisas novas. E por aqui, a segunda edição do ‘Tá na Mesa’ de 2025 vem agregar literatura com alimentação para tornar seus momentos de lazer ainda mais divertidos, leves e recheados de cultura.
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Imagine folhear as páginas de um livro e sentir o aroma de um pão recém-assado, o tempero exótico de especiarias ou o frescor de frutas colhidas diretamente de uma árvore.
A comida na literatura vai muito além de satisfazer a fome dos personagens: ela é um portal para entender culturas, épocas e até as transformações sociais de um povo.
Uma refeição compartilhada em um romance, o banquete descrito em uma saga épica ou até o simples ato de comer uma fruta em um conto pode nos revelar muito sobre os valores e hábitos de uma determinada sociedade.
Desde as civilizações mais antigas, os registros sobre o que se comia – e como se comia – têm sido uma maneira de eternizar costumes. As comidas descritas funcionam como pequenos tesouros históricos, capazes de transportar leitores para banquetes medievais, mercados orientais ou cozinhas simples de comunidades rurais.
Essas narrativas capturam a essência de um tempo e espaço, ajudando as futuras gerações a compreender tradições e comportamentos.
Da feijoada de Jorge Amado ao chá das cinco de Jane Austen, a comida fala, não apenas ao paladar, mas à alma.
Ela carrega memórias e histórias, é uma metáfora para emoções e relações. O alimento no enredo também pode simbolizar abundância, encontros ou conflitos.
Mais do que apenas ingredientes ou receitas, os alimentos narrados em obras literárias nos conectam com a humanidade.
Eles trazem detalhes de como os povos celebravam, sobreviviam ou se organizavam em sociedade.
Através da literatura, é possível quase provar o pão assado nas aldeias antigas, ou os guisados em fogões de lenha. Os escritores, ao capturar esses momentos, nos convidam a refletir sobre a relação universal que temos com a comida, um elo que une gerações e atravessa fronteiras.
Se todos esses argumentos aguçaram a sua vontade em reler ou ter contato pela primeira vez com alguns clássicos, aí vai a lista de livros e suas receitas:
Ah, e por aqui não tem nenhuma revelação de informação inédita - o famoso spoiler - pode ler com tranquilidade.
- Acarajé e vatapá - Gabriela, cravo e canela, Jorge Amado
- Cocada - Dom Casmurro, Machado de Assis
- Rosquinhas Açucaradas de A Hora da Estrela, de Clarice Lispector
- Berinjela Recheada de O Amor nos tempos do Cólera, de Gabriel Garcia Márquez
- Pudim de Chocolate, de Peter Pan
- Bacalhau à Portuguesa de O Primo Basílio, Eça de Queiroz
- Bolinho Caipira de O Sítio do Pica Pau Amarelo, de Monteiro Lobato
Portanto, na próxima vez que se deparar com uma refeição literária, não leia apenas com os olhos: leia com o coração.
Deixe-se levar pelos cheiros e sabores descritos e descubra o que eles têm a nos ensinar. Afinal, a comida na literatura é um tempero essencial para entender não só os personagens, mas também a história e a cultura que os moldaram.
Bom apetite literário!
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Pesquisadores da Fundação Getulio Vargas (FGV-EBAPE) entrevistaram cerca de 2.902 pessoas em duas áreas-chave do Rio de Janeiro: Complexo de Favelas da Maré e Leblon para saber como se relacionam com a alimentação e como o fator saciedade, para uma parcela, está relacionado a ultraprocessados. Terra
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A ciência aponta o quanto a alimentação e saúde mental estão interligadas. Inclusive é por isso que o Guia Alimentar preconiza o consumo de alimentos in natura. Confira dicas sobre esses cuidados com a saúde. RCN
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Evelym Landim
Culinarista e pesquisadora de culturas alimentares – @evelymlandim
Em meus estudos e pesquisas sobre a cultura alimentar da mandioca, reencontro partes da minha história através das experiências de vida das minhas antepassadas.
Aos poucos, entendo que essa ligação vai além do pessoal, que está entrelaçada à história de formação do Brasil — tanto para a glória como para a barbárie — como descrevo no livro de minha autoria, A raiz que nos fez nação.
Afirmo, sem dúvida, que a mandioca foi e ainda é um alimento de subsistência para grande parte dos habitantes do território que hoje chamamos de Brasil.
Para mim, fomentar a valorização junto à ampliação do consumo da mandioca e seus derivados é um modo de lutar pela soberania e segurança alimentar do Brasil.
E de uma forma poética, mas não menos importante, penso que essa raiz carrega um enorme potencial para nos ensinar sobre a força da existência na diversidade. " A MANDIOCA É UM MUNDO E ESSE MUNDO É O BRASIL."
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Maior produtor mundial
A goiaba está presente em países de clima tropical, mas é o Brasil quem detém o título de maior produtor da fruta, com destaque para os estados de São Paulo, Bahia e Pernambuco. Essa fruta marcou a infância de muitas pessoas, está presente em pratos tradicionais brasileiros, como o bom queijo com goiabada e o bolo de rolo pernambucano.
A safra da goiaba vai de janeiro a maio e além de plantá-la em praças e quintas, é possível cultivá-la em vasos. O segredo para ter uma espécie com muitos frutos é fazer a poda, não deixar ela crescer muito. Ou seja, quando crescer galhos na ponta, ele já nascem novos brotos já com flores. A goiabeira é muito sensível à falta de água, deixe a terra sempre úmida para ela não estressar. E sobre o bichinho que surge de vez em quando na fruta. É inofensivo, não apresenta nenhum risco para saúde, inclusive ele aparece na fruta que não contém agrotóxico.
Gruda na roupa
Sabe a plantinha espontânea cujas folhas grudam na roupa durante uma trilha? Provavelmente foi uma espécie de picão (Bidens alba) que você avistou. Ela é muito utilizada nas culinárias de outros países e por aqui é mais conhecido o consumo do chá, ainda é pouco presente em pratos. E para ter uma ideia do sabor, o picão transita entre a salsinha e a cenoura, é bem agradável, quase neutro.
Alguns chamam a panc guasca também pelo nome de picão, mas existem características que tornam o picão exclusivo. Depois de cozido, ele tinge a comida de amarelo. Suas folhas são recortadas e fibrosas. Deve ser consumido cozido como se fosse o espinafre em preparos, como no feijão, omelete, tortas, sopas, molhos e com macarrão.
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Sorvete de iogurte com goiabada
É o iogurte natural drenado que vai garantir a textura e a consistência perfeita desse sorvete. Vale a pena experimentar a receita em casa e ter sempre um potinho no freezer para oferecer às visitas.
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Brigadeiro de abóbora
Não é apenas um doce bonito pela cor. É perfumado, macio. Não deve absolutamente nada para o ‘primo’ de chocolate. Depois da massa pronta, a sugestão é passá-lo no coco ralado seco, a combinação é simplesmente perfeita!
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Sopa de inhame com picão
Aqui pode ser um creme de abóbora ou outro legume da estação. É possível substituir o inhame e seguir as outras propostas da receita e ser um prato incrível e muito saboroso. Vá à caça do picão e reproduza a receita em casa.
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