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Em 18 de novembro, o Idec esteve na cidade de Ivaiporã, no Paraná, para conhecer o sistema de tarifa zero no transporte público local. Esse é o terceiro município brasileiro visitado com esse objetivo, sendo os outros dois Agudos (SP) e Maricá (RJ). Na ocasião, o pesquisador em Mobilidade Urbana, Rafael Calabria e o Advogado de Programas Técnicos do Idec, Michel de Souza, foram recebidos na sede da prefeitura Ivaiporã pelo prefeito, Miguel Roberto do Amaral, o vice, Ilson Gagliano, e o presidente da Câmara dos Vereadores, Eder Bueno.
“Quisemos ver de perto como o serviço é executado, conhecer as dificuldade e melhorias. Assim podemos reunir argumentos na luta por uma disposição de recursos para mobilidade urbana nas cidades. Isso sem perder a consciência de que em cidades grandes, como São Paulo e Rio de Janeiro, o desafio é muito maior”, explica Rafael Calabria.
Ivaiporã conta com cerca de 30 mil habitantes de acordo com o IBGE e é a maior cidade do Paraná a trabalhar com o sistema de gratuidade nos ônibus. É também um dos municípios que exerce esse método há mais tempo no Brasil, desde 2001, gastando em média R$ 800 mil anualmente com o serviço.
Para ampliar o sistema, o município contou com a contribuição da Prefeitura de Curitiba, que fez a doação de um ônibus articulado para a cidade devido ao alto uso do transporte depois dessa mudança. “A necessidade de aquisição de um ônibus articulado em uma cidade pequena evidencia o quanto o custo da tarifa é determinante na inclusão de usuários no sistema”, afirma Calabria.
A prefeitura de Ivaiporã vem buscando alternativas para custear a gratuidade no sistema, planejando, por exemplo, espaços para publicidade no interior dos veículos. “O impacto no orçamento do município é sempre um problema grave que aumenta a dificuldade de implantar a tarifa zero. A iniciativa da prefeitura em buscar fontes alternativas de fontes e recursos é bastante inovadora”, elogia o pesquisador do Idec.
O Idec entende que o sucesso do projeto é atestado pelo uso intenso verificado nos ônibus da cidade e pelo aumento do uso apontado pela prefeitura. A mesma realidade foi observada nas outras cidades visitadas. “ Está claro que o preço da tarifa é um limitador do acesso ao transporte público. Em cidades pequenas esse serviço parece ser mais praticável. Já para as grandes é necessário buscar fontes alternativas de recursos extra-tarifários”, conclui Calábria.