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Lei de alimentação peruana pode sofrer retrocessos, alerta Idec

Projeto de Lei proposto este mês quer permitir a venda de produtos ultraprocessados em escolas e retirar a obrigatoriedade de advertências do rótulo desses produtos

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Atualizado: 

24/01/2017
Nesta terça-feira (24), o Idec manifesta seu repúdio a um Projeto de Lei (PL) peruano que, se aprovado, representará graves retrocessos para as políticas públicas de alimentação saudável naquele país.
 
O PL 865/2016-CR, apresentado em 11 de janeiro pela bancada do Partido Peruano por el Kambio (PPK), propõe liberar a venda de alimentos ultraprocessados em escolas e retirar a obrigatoriedade de que a indústria insira advertências nos rótulos e em peças publicitárias desses produtos.
 
A aprovação do PL significaria um afrouxamento das exigências da Lei nº 3.0021/2015, criada pelo Ministério da Saúde do Peru, que está em vigor, mas não foi regulamentada. De acordo com a lei, cantinas e refeitórios escolares só podem vender alimentos saudáveis, in natura (como frutas) ou minimamente processados (como queijo e leite) que não apresentem grandes quantidades de açúcar, sódio e gordura saturada. 
 
“Um ambiente escolar saudável, livre da venda desses produtos, promove comportamentos alimentares adequados e contribui para prevenir o excesso de peso”, afirma Laís Mais, nutricionista do Idec
 
Desinformação
A legislação peruana também exige uma advertência nos rótulos e em peças publicitárias de produtos alimentícios não saudáveis.
 
Já o PL proposto no início do mês sugere a troca das advertências por uma tabela nutricional - similar à regra que existe no Brasil e que, segundo várias pesquisas, é pouco compreendida pelos consumidores
 
“A proposta não traz nenhuma vantagem, pelo contrário, contribuiria para manter a população desinformada quanto à composição dos alimentos comercializados no país”, critica a nutricionista do Idec.
 
Como membro da Aliança Pela Alimentação Saudável, rede de organizações que luta pela promoção da alimentação saudável no Brasil, o Instituto acredita que a lei peruana é um exemplo a ser seguido por outros países da América Latina e deve ser preservada.