Evento do Consea discute a rotulagem de alimentos como estratégia de venda, em detrimento à clareza das informações para o consumidor. Ao término dos debates, serão enviadas recomendações aos órgãos do governo e à Anvisa
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01/10/2013
Atualizado:
01/10/2013
O Idec participa nesta quarta-feira (2/10) da 1ª plenária do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional) discutindo o tema Consumo Alimentar. O Instituto será representado por sua pesquisadora de alimentos, Ana Paula Bortoletto, que fará uma apresentação sobre rotulagem e publicidade de alimentos.
Após as apresentações e debates, o Consea irá encaminhar duas cartas de recomendação, que irão tratar sobre a rotulagem e a publicidade de alimentos, para alvos específicos dentro do governo e da Anvisa. Além disso, o Idec irá apresentar os resultados da pesquisa sobre rotulagem de alimentos realizada este ano em quatro capitais brasileiras e as mais recentes evidências relacionadas ao tema no Brasil.
Rotulagem e publicidade de alimentos podem ser utilizadas como estratégias de comunicação usadas pela indústria que, muitas vezes, ao invés de informarem o consumidor, são instrumentos de convencimento para ampliar as vendas, e vem se configurando em obstáculos para a promoção da alimentação saudável.
Em geral, as empresas apresentam com maior clareza as informações que lhes são favoráveis (como por exemplo vitaminas e fibras, diet e light, etc), com linguagem atraente aos consumidores, inclusive crianças, (como a promoção de saúde, felicidade e bem-estar, presença de personagens infantis, etc). No entanto, não é dado o mesmo destaque àqueles elementos que podem ser prejudiciais à saúde (sódio, açúcar, gordura trans e saturada) e os riscos que seu consumo excessivo e habitual pode acarretar - obesidade, diabetes, hipertensão, entre outros.
Também é comum as empresas defenderem a rotulagem e publicidade como instrumentos de educação alimentar e nutricional e promoção da saúde, o que caracteriza uma estratégia conhecida como marketing nutricional. “Considerando o atual perfil de saúde, alimentação e nutrição da população brasileira, a responsabilidade pelas mudanças necessárias não pode ser deixada, exclusivamente, à população, mas assumida pelo poder público e pelo setor produtivo”, opina Ana Paula.
Assim, “faz-se necessário aperfeiçoar as ações de caráter regulatório da publicidade de alimentos e de aprimoramento e fiscalização da rotulagem nutricional de forma a tornar a informação mais clara ao consumidor e evitar informações distorcidas e enganosas”, finaliza a pesquisadora.