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Idec discute lições para a mobilidade urbana no Brasil em debate

Pesquisador propõe que São Paulo seja usada como mau exemplo no assunto mobilidade urbana

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Atualizado: 

18/06/2013
O Idec participou do Ciclo de Debates Mobilidade Urbana – Construindo Cidades Inteligentes, organizado pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais, na última quinta-feira (13/6). O pesquisador em consumo sustentável, João Paulo Amaral, representou o Instituto demonstrando que as soluções para a questão da mobilidade urbana no País não são meramente técnicas, mas também culturais e políticas. “O histórico de São Paulo demonstrou que por decisões técnicas mal direcionadas para uma mobilidade sustentável, foram construídas na cidade modelos mentais que enraizaram na cultura do paulistano e que nortearam por muito tempo as decisões políticas em que se marginaliza os pedestres, ciclistas e usuários de transporte público”, opina Amaral. 
 
Por isso, o pesquisador propôs durante o evento o guia 'Como não seguir o exemplo de São Paulo, capítulo Mobilidade Urbana', fazendo parte desse exemplo as calçadas mal estruturadas, as ruas pavimentadas sem faixa de pedestre, falta de estrutura cicloviária e entendimento do espaço da bicicleta nas ruas, além da impunidade no trânsito no momento em que se entende que nada de grave lhe acontecerá caso se quebre uma regra.
 
O representante do Idec afirma ainda que 60% do espaço urbano da cidade de São Paulo é voltada unicamente para o carro, entre ruas, estacionamentos públicos e estruturas de apoio. Esse desequilíbrio demonstra que as pessoas acabam optando pelo carro como principal transporte na cidade, o que tornou o seu uso abundante e, consequentemente, um vilão para a mobilidade urbana. Na verdade, o carro tem a sua parte na mobilidade, mas se esse espaço e prioridades não forem colocados na balança, a mobilidade irá de mal a pior. Nesse contexto, João Paulo Amaral propôs duas possibilidades para a melhoria da mobilidade urbana:
 
- Planejamento territorial, em que se deve adequar o uso dos espaços da cidade, incluindo espaços públicos, mas também os centros urbanos que atraem os empregos da cidade, de modo a ter uma maior distribuição dos deslocamentos casa-trabalho;
- Planejamento integrado da mobilidade, apresentando soluções integradas entre os diferentes meios de transporte, ao invés de priorizar apenas um investimento, como o metrô, que em maioria dos casos nasce já saturado, ou como ciclovias, que em grande parte não se conecta com o resto do sistema de transporte e se torna ineficaz.
 
“Vale lembrar que o foco dessas duas propostas deve ser na busca de alternativas ao indivíduo. Quando debatemos sobre mobilidade urbana, estamos lutando pelo direito e acesso à cidade” opina Amaral.
 
O debate teve a participação do diretor da regional Minas Gerais da ANTP, Ricardo Medanha; do presidente da Câmara Automotiva da FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), Fábio Sacioto; e do consultor sênior da Federação e do Setcemg (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Minas Gerais), Luciano Medrado.
 
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