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Campanha pede fim da construção da Usina de Belo Monte

<em>Idec apoia iniciativa que estimula consumidores a pressionarem o BNDES e os bancos para n&atilde;o financiarem a obra</em>

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Atualizado: 

16/12/2011
Mais de R$ 25 bilhões serão usados para a construção da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, Estado do Pará. E todo esse dinheiro acaba vindo do bolso de todo brasileiro, afinal, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deve financiar 80% de todo o custo da obra. Este seria o maior financiamento da história da instituição.
 
Vale lembrar que grande parte do dinheiro do BNDES é proveniente do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e PIS/Pasep (Programa de Integração Social/ Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público). Todo esse processo será subsidiado pelo governo e a obra poderá ser paga em até 30 anos.
 
A construção da usina afetará o ecossistema local e a vida de milhares de pessoas, entre índios e ribeirinhos. Para se ter uma ideia, o total de área desmatada indiretamente pelo projeto da Usina de Belo Monte será de mais de 5 mil km² e cerca de 20 mil pessoas serão obrigadas a deixar suas casas por consequência do projeto . Os números são de um estudo encomendado pela própria Norte Energia, empresa responsável pela obra. Os impactos reais de Belo Monte são incalculáveis.
 
Mas o custo da obra não ficará somente a cargo do BNDES. O banco quer dividir os riscos da construção da usina com outras instituições financeiras como Itaú-Unibanco, Santander, Bradesco e Banco do Brasil.
 
Para parar todo esse processo cujos custos vão além dos financeiros, mas são também ambientais e sociais, o Movimento Xingu Vivo para Sempre, em parceria com outras organizações, lançou a organização Amigos da Terra lançaram a campanha "Belo Monte: com meu dinheiro não!”. Por meio do site da iniciativa, os consumidores podem enviar mensagens aos bancos privados solicitando que não participem da construção da usina e ao BNDES pedindo que não financie a obra.
 
O Idec apoia a iniciativa e acha essencial a participação da população. "É importante, agora, unir os papéis de cliente bancário e cidadão, que são a mesma pessoa, e que cada um pressione o BNDES e o seu banco no sentido de não utilizar recursos públicos em uma obra extremamente polêmica e contestada na Justiça, além de desaconselhada por cientistas e pesquisadores de diversas áreas do conhecimento", afirma a coordenadora do Instituto, Lisa Gunn.