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Greve dos bancários: consumidor deve se antecipar para evitar atrasos no pagamento de contas

<i>Paralisa&ccedil;&atilde;o evidencia problemas de responsabilidade social empresarial apontados pelo Idec</i>

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Atualizado: 

28/09/2011

Os bancários de todo o País iniciaram nesta terça-feira (27/9) uma greve por tempo indeterminado. A paralisação que atinge bancos públicos e privados reivindica reajuste salarial de 12,8%, valorização do piso, maior participação nos lucros, mais contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, mais segurança, igualdade de oportunidades e inclusão bancária sem precarização, entre outros itens.

Na sexta-feira (16/9), a categoria recusou a proposta de 8% de reajuste feita pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) e a partir de então as negociações foram paralisadas. Segundo a Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), que coordena o Comando Nacional dos Bancários, a proposta representa apenas 0,56% de aumento real, bem abaixo dos 5% reivindicados. Para pressionar a retomada das negociações, a categoria decidiu, então, iniciar a paralisação.

Alternativas durante a greve
Com a greve acontecendo em 25 Estados mais Distrito Federal, muitos consumidores podem enfrentar dificuldades para pagar suas contas em dia e utilizar os serviços bancários. Para contornar esta situação, o Idec orienta que o consumidor busque formas alternativas para realizar os pagamentos.

O primeiro passo é ligar para a agência na qual possui conta para saber se ela aderiu a greve. Se a resposta for positiva, entre em contato com o banco e descubra qual a agência mais próxima que poderá atendê-lo.

O consumidor pode também buscar efetuar o pagamento de suas contas pelo telefone, internet ou caixas eletrônicos. É importe não deixar de solicitar algum documento que possa comprovar o pagamento. No caso da internet, o comprovante pode ser impresso. Pelo telefone, o consumidor deve anotar o número do protocolo.

É válido lembrar que contas de serviços públicos como água, luz e telefone não precisam necessariamente ser pagas nos bancos, mas também em casas lotéricas e em alguns supermercados.

Caso o pagamento por nenhuma dessas alternativas seja possível, o consumidor deve entrar e contato com o fornecedor perguntando se existem outras maneiras de quitar a conta ou até mesmo se a data de vencimento não pode ser prolongada. Se o pagamento for realizado diretamente com a empresa, ou em outro local, não se esqueça de solicitar um recibo.

Multa e juros
Como a greve não é de responsabilidade do fornecedor ou do consumidor, não podem ser impostas penalidades, como a multa e o juros, no caso do atraso do pagamento. Mas, diante dessa situação, o Idec recomenda que consumidor se programe para realizar o pagamento, de preferência antes mesmo da data de vencimento da conta.

Bancos x responsabilidade social empresarial
carta aberta divulgada pela Contraf-CUT nesta terça-feira com alguns dos motivos que levaram à paralisação dos bancários acentua problemas já apontados pelo Guia de Bancos Responsáveis, realizado pelo Idec com apoio com outras organizações, entre elas a própria Confederação.

O GBR apresenta uma comparação entre os seis principais conglomerados financeiros, que respondem por 70% das operações de crédito no Brasil, nas questões relacionadas ao consumidor, aos financiamentos e aos trabalhadores.

Os resultados foram alarmantes e mostram o descaso dos bancos com a sociedade em geral. "Enquanto somos invadidos por propagandas que comunicam a sustentabilidade dos bancos, verificamos na realidade problemas básicos, como os relacionados às reivindicações sindicais", afirma a advogada do Idec responsável pela pesquisa, Mariana Ferraz.

No quesito trabalhadores, somente o Banco do Brasil obteve a nota "bom". Os outros bancos - Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander - foram avaliados como "regulares". O HSBC, não obteve nota por não ter respondido à pesquisa.

Para Mariana, as atitudes dos bancos estão longe do ideal. "É importante ter em mente que a responsabilidade social só ocorrerá de fato a partir do momento que haja efetivo respeito aos direitos dos consumidores e dos trabalhadores".

Quanto à liberdade sindical dada aos trabalhadores, três bancos foram avaliados como "regulares" - Bradesco, Caixa Econômica Federal e Santander - e dois obtiveram a nota "bom" - Banco do Brasil e Itaú.

O consumidor pode acessar os resultados do GBR, avaliar o desempenho de seu banco e até mesmo enviar um cartão amarelo para a instituição financeira manifestando sua insatisfação com as políticas da empresa pelo site da pesquisa.