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Idec pede ao Ministério da Saúde atenção quanto à publicidade de alimentos pouco nutritivos

<i>Instituto questiona falta de informa&ccedil;&atilde;o oferecida aos consumidores; Padilha confirma import&acirc;ncia de debate sobre o tema</i>

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Atualizado: 

15/08/2011

Cerca de 48% da população brasileira está com sobrepeso e 15% já se classifica em estado de obesidade. Os dados, adiantados pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nesta sexta-feira (8), colocam em evidência a importância de uma atenção especial da sociedade para a questão dos alimentos pouco saudáveis ou com baixo teor nutricional.

Durante um evento realizado na Faculdade de Saúde Pública da USP, o Idec entregou nas mãos do ministro o manifesto da Frente pela Regulação da Publicidade de Alimentos, no qual o Instituto e outras entidades levantam a importância de se exigir que a publicidade de alimentos apresente informação completa e exata sobre a qualidade nutricional de produtos que podem colocar em risco a saúde e a qualidade de vida das pessoas.

O Idec solicitou a presença e posicionamento do Ministério em relação à informação oferecida aos consumidores sobre os alimentos industrializados, de baixos teores nutricionais e ultraprocessados. "Enfatizamos a necessidade do órgão em estreitar o diálogo com as entidades civis e ouvir suas necessidades, especialmente quanto à publicidade desses alimentos", declarou a advogada do Idec, Mariana Ferraz.

Padilha confirmou, em sua fala, a importância do debate sobre o tema, mas enfatizou que a regulamentação deverá vir sob mecanismos legais - legislação específica. O Idec, no entanto espera medidas mais enérgicas do governo nesse tema.

Ele disse ainda que tem acompanhado a discussão sobre a competência da Anvisa e acredita que provavelmente a agência será impedida judicialmente de atuar nessa área.

Acordo
Na quinta-feira (7), por ocasião do Dia Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde assinou um termo de compromisso com associações que representam os produtores de alimentos processados estabelecendo um plano de redução gradual na quantidade de sódio presente em 16 categorias de alimentos, começando por massas instantâneas, pães e bisnaguinhas.

O objetivo é reduzir o consumo excessivo de sal (cerca de 40% do sal é composto de sódio), que está associado a uma série de doenças crônicas, como hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, problemas renais e cânceres.

Para o Idec, o acordo é extremamente importante, mas não pode ser uma medida isolada. "Reduzir o sódio dos alimentos não é o bastante, pois o produto pode continuar possuindo muita gordura, açúcar ou calorias", enfatiza a Mariana Ferraz. Ela afirma ver com bons olhos a iniciativa do Ministério da Saúde em garantir alimentos de maior qualidade nutricional, mas se ela não vier acompanhada de outras medidas, pode causar danos piores. "A preocupação é que isso acabe incentivando as pessoas a consumir um produto com menos sódio acreditando que é um alimento saudável, mas que mascara outros componentes prejudiciais à saúde", completou a advogada.