separador
Atualizado:
Acontece nesta quarta-feira (23/3) um Ato Público que tem como objetivo prestar solidariedade às vítimas dos terremotos, tsunami e ameaça nuclear vivida no Japão, além de alertar a população brasileira sobre os riscos da energia nuclear. Ativistas e demais organizações da sociedade civil, entre elas o Idec, apoiam a iniciativa de esclarecer o consumidor sobre os perigos desse tipo de geração de energia e da falta de informações sobre as principais alternativas de energia limpa e sustentável.
O ato acontecerá simultaneamente em São Paulo (na Praça da Liberdade), Rio de Janeiro (na Sede da Eletrobrás), Recife (em frente ao palácio do Governo) e Salvador (próximo ao Elevador Lacerda). A manifestação é aberta e será uma vigília pacífica com flores e velas.
Riscos e incertezas
O desastre ocorrido no Japão reforça novamente a preocupação sobre o impacto da energia nuclear na qualidade de vida das pessoas e no meio ambiente e desperta uma demanda da sociedade civil por mais informações sobre os riscos de se optar pela energia nuclear. Levanta também a necessidade de uma maior transparência e maior estímulo à produção de energia renovável.
"Se por um lado o consumidor está mais preocupado em entender e, em alguma escala, reduzir a influência de seu consumo individual e coletivo nas mudanças de clima, por outro ainda lhe faltam informações básicas para conseguir incorporar critérios mais sustentáveis no seu ato cotidiano de consumo. Infelizmente, no consumo de energia elétrica não é diferente" afirma a pesquisadora do Idec, Adriana Charoux.
Energia sustentável no Brasil
As explosões na usina de Fukushima exemplificam que, quando se trata de energia nuclear, os danos podem ser irreversíveis. Mas no caso brasileiro, estudos mostram que o País possui todas as condições para ter uma matriz energética sustentável.
De acordo com estudo coordenado por Gilberto Jannuzzi da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), chamado "Agenda Elétrica Sustentável 2020", o Brasil poderia economizar até R$ 33 bilhões com diminuição no desperdício de energia, gerar 8 milhões de empregos, estabilizar as emissões dos gases causadores do efeito estufa e afastar os riscos de novos apagões - tudo isso se o cenário elétrico sustentável proposto no estudo for aplicado no Brasil até 2020.
Para Adriana Charoux, uma série de fatores são necessários para que a produção de energia oriunda de fontes renováveis seja implantada efetivamente no País. "É fundamental rever os atuais padrões de produção e consumo da sociedade brasileira. É preciso investir muito mais em políticas de eficiência energética, uso racional da energia, combate ao desperdício e, claro, investimento maciço na ampliação da oferta de energia renovável, o que ainda é muito distante", acrescenta a pesquisadora.
Nas questões referentes ao Programa Nuclear Brasileiro, as informações são ainda mais obscuras aos consumidores. "Atualmente, o consumidor não tem sequer a liberdade de escolher quem fornece a energia que abastece sua residência ou seu local de trabalho. Falta informação para a população sobre o impacto dessas decisões no seu cotidiano, na qualidade de vida, no meio ambiente, etc. É necessário que o consumidor seja informado sobre a origem da energia que consome, se vem de fontes renováveis ou não, por exemplo" completa Adriana.
Serviço
Ato Antinuclear
Dia: 23 de março de 2011, das 18h às 22h
Locais:
- São Paulo (SP) - Praça da Liberdade, próximo ao Metrô Liberdade
- Rio de Janeiro (RJ) - Sede da Eletrobrás, Av. Presidente Vargas, 403 - Centro
- Salvador (BA) - Praça Municipal, próximo ao Elevador Lacerda e Prefeitura
- Recife (PE) - Palácio do Campo das Princesas - Praça da República, s/n, Santo Antônio (Palácio do Governo)