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Comprar um carro é o sonho de muitos brasileiros. Tanto é que fevereiro registrou recorde para o mês no número de automóveis vendidos no País: mais de 430 mil emplacamentos, segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
Seja novo, semi-novo ou usado, a procura por automóveis no Brasil só cresce e, diante da enxurrada de ofertas, de diferentes modelos e até mesmo de formas de pagamento, o consumidor pode ficar perdido.
O primeiro passo para se caminhar em direção à compra e consciente é a pesquisa de preços. A internet pode ser útil para a comparar valores, verificar os modelos disponíveis e até os acessórios opcionais. Mas procure visitar algumas concessionárias para analisar e conhecer de perto os modelos que mais o interessam.
Qual a melhor forma de pagamento?
Além dos modelos de automóveis, as formas de pagamento também variam muito. Cabe ao consumidor verificar qual é a mais adequada ao seu bolso. Entenda as formas de pagamento mais comuns:
À vista: é a compra mais indicada por possibilitar descontos e evitar futuras dívidas. Mas atenção: evite empréstimos em dinheiro para comprar o carro à vista, pois a taxa de juros é muito superior ao juros para financiamento direto de veículos (taxa média 5% ao mês) mais IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Na maioria das vezes, os juros acumulados do empréstimo não compensam o desconto obtido na compra do veículo;
Consórcio: nessa modalidade, o consumidor tem a opção de pagar o carro em prestações e sem juros - paga apenas a taxa de administração (chega em média a 10% o valor do veículo). Ao optar pelo consórcio, tenha paciência, pois pode demorar para que você seja contemplado;
Aquisição de veículos ou CDC (Crédito Direto ao Consumidor): nesse tipo de aquisição, o veículo é financiado pelos bancos ou pelas financiadoras e possui taxa de juros menores que o crédito pessoal (média 2% ao mês) mais IOF porque apresenta garantia ao financiador com a alienação fiduciária. Vale lembrar que, se a compra for realizada por meio do CDC, o documento do veículo CRV (Certificado de Registro do Veículo) é expedido em nome do comprador com a observação de que o bem está alienado (vinculado ao um financiamento) como garantia de dívida;
Leasing ou Arrendamento Mercantil: trata-se de uma opção inicial de "locação" com opção de compra no final. Nesta forma de pagamento, a taxa de juros é ligeiramente inferior ao crédito para aquisição de veículo por não possuir a cobrança do IOF. No final do período, o consumidor decide se fica com veículo e paga o valor combinado ou se devolve à concessionária. Em outras palavras, o consumidor só é o dono do carro ao final do pagamento. Até lá, o veículo é de propriedade do banco, sendo que no término do contrato o consumidor precisará solicita a transferência definitiva da propriedade ou indicar um terceiro.
Mais critérios para sua escolha
Alguns selos, nem sempre divulgados, podem auxiliar na escolha do melhor modelo e ajudar o consumidor a economizar com os futuros gastos do automóvel. Um exemplo é a Ence (Etiqueta Nacional de Conservação de Energia) do Programa Brasileiro de Etiquetagem. O selo avalia a eficiência no consumo de combustível dos veículos, com o índice médio de gasto para a circulação na cidade e na estrada, tanto para o uso de etanol quanto gasolina. A avaliação fornece notas de A a E, sendo A o mais eficiente e E o menos eficiente - algo parecido com o que o selo Procel informa nos eletrodomésticos.
Outro selo que auxilia o consumidor na escolha do veículo é a Nota Verde, que avalia a emissão de gases poluentes pelo carro. A classificação da Nota Verde atribui uma estrela (mais poluente) a cinco estrelas (menos poluente) a cada modelo de a cada modelo de automóvel.
Existe a possibilidade de essas duas etiquetas serem unificadas ou até mesmo que se tornem obrigatórias e disponibilizadas em local claro. Hoje a Ence, do Inmetro, é voluntária e o acesso a essa informação é difícil para o consumidor. Infelizmente, as informações sobre o andamento das negociações sobre o assunto ainda são nebulosas.
De qualquer forma, essa é uma alternativa para incluir critérios socioambientais entre os detalhes a ser observados no modelo de carro escolhido.
Quanto custa um carro de verdade?
Mais do que o valor líquido da compra do veículo, o consumidor que adquire um carro está sujeito a muitas outras despesas.
Por isso antes de efetuar a compra, procure colocar todos os gastos na ponta do lápis e veja se você realmente pode arcar com a compra e com a manutenção do veículo. Pense nos gastos essenciais, como combustível, e até mesmo os imprevisíveis, como consertos. Nessa questão, por exemplo, é importante pesquisar quanto custa a manutenção do veículo e se suas peças são muito caras.
A aquisição de um veículo financiado em um prazo envolve a compra de um produto (carro) e um serviço (crédito). Se ocorrer qualquer problema com o veículos, o financiamento continua vigente, portanto é fundamental ter um seguro automotivo - esta aí mais uma despesa a ser inserida na conta.
Outros gastos que são decorrentes é o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e o estacionamento, se for o caso.
"O consumidor que tiver condições de planejar a compra deve optar pela poupança e se, mesmo assim, não consegui reunir a quantia total, dar entrada e financiar o mínimo possível em poucos meses", orienta a economista do Idec, Ione Amorim. Segundo ela, o consumidor não deve comprometer mais do que 25 a 30% da sua renda com o automóvel e deve lembrar dessas despesas para não perder o controle financeiro. Diluir o financiamento em prazos muito longos o fará paga mais juros e nesse período enfrentará a depreciação do veículo.
"Vale a pena planejar a compra, se já possuir um carro mais antigo, juntar recursos e comprar um mais novo sem dívidas e seguir essa dinâmica e reduzir a idade média do veículo adquirido gradativamente sem endividamento", completa Ione.