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A fraude contábil de R$ 2,5 bilhões identificado pelo Banco Central (BC) no banco PanAmericano não deverá acarretar prejuízos diretos aos consumidores, já que a instituição atua apenas na oferta de crédito e não possui segmento de conta-corrente e de depósitos.
Para cobrir o rombo, o PanAmericano receberá um aporte de recursos do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e a dívida será atribuída a seu acionista majoritário, o Grupo Silvio Santos. Dessa forma, o banco deve continuar em operação.
"O problema é decorrente de falhas internas na gestão contábil e não de ordem econômica, o que afasta a possibilidade de contaminação do mercado financeiro", ressalta Ione Amorim, economista do Idec.
De acordo com a especialista, não há nenhum impedimento aos consumidores que desejarem realizar empréstimos com o PanAmericano. "A recomendação é a mesma para qualquer situação de tomada de crédito: pesquisa e comparação das taxas de juros entre as diferentes financeiras para avaliar a melhor condição oferecida", aconselha Ione.
Quem contraiu empréstimos com o banco do grupo Silvio Santos antes do problema deve continuar cumprindo os pagamentos normalmente. "As condições e taxas de juros dos créditos já realizados não vão sofrer nenhum tipo de alteração em decorrência do problema, até porque são pré-fixadas", afirma a economista.
Os consumidores que se tiverem dúvidas sobre o funcionamento do PanAmericano devem entrar em contato com o BC, cujo telefone é 0800-979-2345 e o site www.bcb.gov.br.
Falta de transparência
De acordo com informações divulgadas pela imprensa, o banco PanAmericano deixou de contabilizar a venda de uma carteira de crédito, o que se caracteriza como fraude contábil.
Para o Idec, tal ocorrência envolvendo uma instituição financeira que passou por um processo de capitalização com recursos de um banco público - a Caixa Econômica Federal que adquiriu 37% da participação acionária do Banco Panamericano -, reforça a necessidade de que o BC seja mais atuante no processo de fiscalização dos bancos para que situações dessa natureza não se repitam.
"É fundamental que o Banco Central exija maior transparência no fluxo de informações, mais rigor nas análises e na gestão dos bancos a fim de evitar prejuízos ao mercado e à sociedade", ressalta Ione Amorim.