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A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) suspendeu a publicidade de diversos medicamentos em sites supostamente informativos de laboratórios. A decisão foi publicada ontem (08) no Diário Oficial da União. A prática já havia sido denunciada pelo Idec na edição 135 de sua revista, em agosto. Uma pesquisa feita pelo Instituto na época mostrou que 11 das 15 principais indústrias farmacêuticas mantinham sites de promoção de seus produtos.
A Lei 9.297/96 proíbe a propaganda de medicamentos vendidos sob prescrição médica dirigida diretamente ao consumidor e a Resolução no 96/08 da Anvisa, que passou a vigorar em junho deste ano, proíbe, inclusive, a publicidade indireta desses medicamentos.
O Idec apoia a providência da agência e se coloca à disposição para fornecer todas as informações da pesquisa que comprova a infração das empresas. O levantamento do Instituto apontou sites de outros laboratórios que não foram atingidos pela medida (Sanofi-Aventis, Roche, Pfizer, Novartis, Medley, Bayer e Lilly).
Sete laboratórios tiveram a publicidade em suas páginas na internet suspensa pela Anvisa. São eles: GlaxoSmithKline (vacina contra HPV), Aché (Acheflan, Airclin, Alenia, Allestra 20, Anangor, Angipress, Ansentron, Antilerg, Antux, Antrolive, Artrosil, Benflogin, Betalor, Biocarbo, Biofenac, Biomag, Biomatrop, Biometrox, Biopaxel, Biorrub e Biotecan), Abott (Sevorane, Lupron, Klaricid, Simdax, Biopress e Ritmonorm, Kaletra, Calcijex, Humira e Synagis), Merck Sharp e Dohme (vacina de vírus vivos de caxumba, sarampo e rubéola, vacina contra hepatite A inativada purificada, vacina conjugada contra Haemophilus Influenza e tipo B, vacina pneumocócia polivalente), EMS (Sigmasporin, Agrylin e Cystistat, Daforin, Sigma-Clav, Velamox, Sinvalip, Osteoform, Neutrofer e Somalgin), Astra Zeneca (Novaldex) e Biosintética Farmacêutica (Lista de genéricos sob prescrição médica e lista de genéricos controlados portaria nº 344/98).
A estratégia utilizada pelas empresas é parecida, camuflando a publicidade. Elas utilizam páginas virtuais com conteúdos "informativos" sobre doenças, disfunções e más condições de saúde contra as quais o laboratório oferece medicamentos. Informação e propaganda acabam se misturando. Dos 11 laboratórios pesquisados pelo Idec, sete faziam menção expressa ao nome do medicamento - dessa forma, o leitor é induzido a pensar que aquele é o remédio para sanar seu mal.