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Nos dias 11, 12, 13 e 14 de janeiro ocorreu em Memphis, nos Estados Unidos, a 3ª Conferência Nacional de Melhoria da Mídia (National Conference for Media Reform). E o Idec estava lá, buscando informações a respeito das mudanças que vêm ocorrendo no mercado norte-americano na era digital.
Durante o encontro (que reuniu cerca de 3 mil pessoas) foram discutidos temas como a privacidade dos usuários na internet, inclusão digital, a importância da existência de fontes alternativas de comunicação e o impacto dos direitos autorais no acesso à informação e conhecimento.
O Idec contribuiu para o evento ao participar do painel 'Global Information & Communications Policy' (Informações Globais e Políticas de Comunicação). No painel, moderado pela Consumers Union (www.consumersunion.org). O representante do Idec, advogado Luiz Fernando Marrey Moncau, buscou explicar como o Instituto atua em defesa do consumidor no Brasil nas áreas de Telecomunicações e de "Acesso ao Conhecimento".
No mesmo painel, representantes de organizações do Quênia, Inglaterra, Estados Unidos e Africa do Sul compartilharam suas experiências.
Para acessar a página da conferência, clique aqui (em inglês) .
Como foi a conferência?
Dentre todos os temas acompanhados pelo Idec nos quatro dias de conferência, um mereceu especial atenção: a neutralidade no tratamento do tráfego de dados na internet.
A questão, que ainda não é muito discutida no Brasil, é considerada pelos norte-americanos como o pilar da democracia na rede mundial de computadores.
O que é a Neutralidade?
Diversas organizações dos Estados Unidos estão mobilizando-se com esta questão. De acordo com essas entidades, para que a internet continue sendo um meio de comunicação livre e democrático é essencial que todos os dados que passam pelos provedores de acesso trafeguem na mesma velocidade. Do contrário, caso os provedores possam privilegiar com mais velocidade o tráfego de alguns dados em prejuízo de outros, o usuário pode acabar impossibilitado de acessar o conteúdo que bem entender.
Como exemplo, imagine que seu provedor passe a beneficiar com mais velocidade o conteúdo do seu próprio portal, em detrimento de 'blogs' ou de outros 'sites' de notícia. A consequência seria, ainda que indiretamente, a transferência aos provedores da decisão sobre qual o conteúdo que o internauta pode acessar, limitando sua liberdade de escolha e o acesso à informação.
No Brasil, que em 2005 tinha 32 milhões de pessoas conectadas à rede, segundo o IBGE, a neutralidade do tráfego de dados precisa ser discutida e, acima de tudo, assegurada para garantir que a rede de computadores continue sendo o meio de comunicação democrático que hoje conhecemos.