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Usuário da Zona Leste é o mais prejudicado por aumento da tarifa de integração em SP, mostra análise do Idec

<div> Em carta enviada aos &oacute;rg&atilde;os de transporte, Instituto destaca que passageiros que moram em regi&otilde;es distantes e os mais pobres ser&atilde;o principais afetados</div>

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Atualizado: 

19/04/2017
Nesta segunda-feira (17), o Idec envia uma carta à Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes e à Secretaria dos Transportes Metropolitanos contra o aumento da tarifa de integração nos transportes coletivos da Região Metropolitana de São Paulo. 
 
Após uma decisão judicial liberar o reajuste, que estava suspenso desde o início do ano, a tarifa de integração entre ônibus e metrô ou trem subiu de R$ 5,92 para R$ 6,80 no último sábado (15). 
 
No ofício, o Idec destaca que o aumento é injusto, pois afeta de forma desigual os usuários do serviço de transporte público, já que, para compensar o congelamento da tarifa básica em R$ 3,80, a integração foi reajustada em patamar acima da inflação.
 
O Instituto apresentou uma análise dos dados da Pesquisa de Mobilidade Urbana de 2012, do Metrô de São Paulo, a mais recente disponível, que constata que o aumento da tarifa prejudica justamente os usuários de regiões distantes do centro da capital, que são o que mais utilizam integração.
 
Os números revelam que moradores da Zona Leste são os mais afetados: eles são responsáveis por 49% das viagens com integração entre ônibus e trilhos (trem ou metrô) em São Paulo, segundo a pesquisa. Já os moradores do chamado centro expandido realizam apenas 11% dessas viagens.
 
Onde moram os usuários que utilizam integração no transporte público em SP
 
Zona Leste 49%
Zona Sul 18%
Zona Norte 10%
Zona Oeste 5%
Centro expandido 11%
Outros Municípios da Região Metropolitana 7%.
 
Mais pobres
 
Os dados da pesquisa também mostram relação entre renda e o uso de integrações - quanto menor a renda, mais frequente é o uso. “Ou seja, são os passageiros mais pobres que passarão a pagar mais”, ressalta Rafael Calabria, pesquisador do Idec em mobilidade urbana. Além disso, as viagens com integração são as mais longas e demoradas, segundo os dados do levantamento.
O pesquisador também aponta que o aumento do custo da integração pode desestimular as pessoas utilizar a combinação de trilhos e ônibus, causando lotação em linhas de coletivos, que têm mais capilaridade na cidade. “Nenhum estudo sobre esse impacto foi realizado”, critica Calabria.
 
Momento inadequado
 
Na carta, o Idec também destaca que é inadequado que o aumento de tarifa ocorra agora, considerando que o processo de licitação de ônibus da capital deve ser aberto em maio. Um dos principais propósitos da licitação é discutir o custo do transporte e, consequentemente, o valor da tarifa para o usuário.
“O Idec espera que a Prefeitura de São Paulo abra uma discussão organizada sobre o financiamento da tarifa, aproveitando o momento de discussão da licitação de ônibus para reverter esta medida, que dificulta a integração e prejudica a mobilidade na região metropolitana de São Paulo”, conclui Calabria.

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