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Órgão do Banco Mundial suspende crédito com frigorífico acusado de desmatamento

<p> <i>Bertin &eacute; citada em relat&oacute;rio do Greenpeace como uma das respons&aacute;veis pela devasta&ccedil;&atilde;o da floresta Amaz&ocirc;nica para dar lugar ao gado; redes de supermercados anunciam suspens&atilde;o de compras de produtos bovinos de frigor&iacute;ficos que n&atilde;o comprovam origem da carne</i></p>

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Atualizado: 

05/08/2011

O IFC (Corporação Financeira Internacional), braço financeiro do Banco Mundial para o setor privado, anunciou que vai suspender a parceria com o frigorífico Bertin. O acordo incluía um empréstimo de US$ 90 milhões para que a empresa expandisse suas operações na Amazônia. 

O Idec apoia a decisão do IFC, bem como todas as ações que colaborem para o fim do desmatamento, dentre as quais a interrupção imediata de outros financiamentos para atividades agropecuárias na Amazônia que agravam os efeitos do aquecimento global.

Baseado em estudos de organizações ambientalistas, como Imazon, Amigos da Terra, Repórter Brasil, Papel Social e Greenpeace, o Instituto já havia apontado, no âmbito da campanha Clima e Consumo, o quanto a cadeia bovina contribui para o desmatamento e o aumento das emissões de CO2

A campanha questionou grandes supermercados e frigoríficos, cobrando informações que comprovassem a origem da carne, de modo que o consumidor não contribua para o desmatamento da floresta Amazônica nem para o uso de trabalho escravo.

O corte foi anunciado duas semanas após a publicação do relatório "A Farra do Boi na Amazônia", pelo Greenpeace. O trabalho detalhou as conseqüências desastrosas do empréstimo do IFC para a unidade do frigorífico em Marabá (PA), aumentando o desmatamento na região. 

Outras empresas frigoríficas envolvidas na devastação da floresta Amazônica para a produção e fornecimento de produtos derivados de gado nos mercados brasileiro e internacional são apontadas no estudo.

Suspensão de compras

Em nota assinada também pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados), as redes Pão de Açúcar, Walmart e Carrefour anunciaram no fim da semana passada a suspensão de compras de produtos bovinos de 11 empresas frigoríficas do estado do Pará, incluindo a Bertin, por não terem garantias de que a carne não vem de áreas desmatadas da Amazônia.

A nota dos supermercadistas divulgada agora é uma resposta a uma recomendação encaminhada pelo MPF (Ministério Público Federal do Pará), na semana passada, às grandes redes de supermercados e a outros 72 compradores de produtos bovinos para que suspendam a compra de carne proveniente da área da floresta devastada. O descumprimento do pedido pode acarretar multa de R$ 500 por quilo de produto comercializado. 

A recomendação faz parte de uma ação civil pública movida pelo MPF do Pará, de autoria do procurador Daniel Avelino. Veja a íntegra da ação.

Os representantes dos supermercados solicitaram aos frigoríficos que apresentem ao MPF um plano de auditoria socioambiental, realizado por uma empresa idônea, detalhando a origem do gado comercializado. O Ministério Público já havia pedido aos supermercados e empresas notificadas a implantação de sistemas de identificação da origem do produto bovino.

O MPF também pretende ampliar as ações de combate ao desmatamento com responsabilização da cadeia produtiva da pecuária para outros estados da Amazônia, como Mato Grosso e Rondônia.

Veja os questionamentos já feitos pelo Idec às redes varejistas sobre sua atuação na cadeia produtiva da carne no ano passado. Na época, Carrefour, Pão de Açúcar e Wal Mart demonstraram saber muito pouco sobre a origem da carne em suas gôndolas.

O Instituto também fez um levantamento similar com sete frigoríficos: quatro (Bertin, Cooperfrigu, JBS- Friboi e Marfrig) não responderam às perguntas e os que responderam (Independência, Frigol e MERCOSUL) não comprovaram a ausência de relacionamento com fornecedores em situação irregular social e ambientalmente.

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