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A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) deve votar na próxima quinta-feira (24/6) a liberação comercial do arroz transgênico Liberty Link LL 601, da empresa alemã Bayer.
A iminência da votação coloca em alerta todas as entidades que acompanham as discussões sobre os organismos geneticamente modificados (OGMs), entre elas o Idec, que divulgam um documento para explicar os riscos associados ao arroz da Bayer.
As organizações destacam que a aprovação tornaria o Brasil uma "cobaia" do mundo, já que o plantio e o consumo de arroz transgênico não foi aprovado em nenhum outro país.
Apesar de proibido em todo o mundo, a anuência da CTNBio ao grão não surpreenderia, já que até hoje o órgão aprovou todos os pedidos a ela submetidos, mesmo com pareceres contrários dos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente.
Mais veneno
Um dos principais problemas do arroz transgênico é o provável uso intensivo de agrotóxicos em sua produção. Isso porque a modificação genética torna o produto resistente ao princípio ativo glufosinato de amônio, presente em herbicidas. A resistência fará com que o veneno seja pulverizado em toda a lavoura, sendo absorvido pelos grãos.
Com isso, o que está em jogo é a saúde dos consumidores, já que o glufosinato é considerado tóxico para os mamíferos e que por isso será proibido na União Europeia a partir de 2017.
Não por acaso, a Bayer comercializa herbicidas à base de glufosinato. Assim, para as entidades, ao apostar no arroz transgênico, o interesse da empresa, que já é a que mais vende agrotóxicos no Brasil, é ampliar ainda mais seu mercado por aqui.
Problemas por todos os lados
Entre outras implicações negativas, o documento explicita ainda que a liberação do arroz geneticamente modificado poderia provocar problemas agronômicos, pela contaminação de outras espécies de arroz (e por isso até a Embrapa, que sempre apoia os transgênicos, está contra sua aprovação), e econômicos, com risco para os produtores, já que não existe consumo corrente nem mercado global para o grão transgênico.