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IDEC participa do 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva

Abrascão mantém a chama do Movimento da Reforma Sanitária que, desde os anos 1980, sensibiliza a sociedade brasileira para as questões da democracia, do desenvolvimento e da saúde.

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Atualizado: 

21/08/2015
O 11º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva aconteceu de 28 de julho a 1º de agosto, em Goiânia, no campus Samambaia da Universidade Federal de Goiás (UFG). Entre os temas discutidos, destacam-se: 
 
A Saúde da população Brasileira: a sessão reuniu Cesar Victora, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Jairnilson da Silva Paim, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA) e Madel Therezinha Luz, pesquisadora associada da Universidade Federal Fluminense (UFF). O professor César Victora apontou quatro desafios a serem enfrentados pelo Brasil quanto à saúde das mães e das crianças: mortalidade materna, prematuridade, cesarianas e obesidade infantil. No que diz respeito à saúde do brasileiro, ele também expôs quatro desafios: persistência das desigualdades socioeconômicas, étnicas e geográficas; práticas culturais; subfinanciamento do SUS, má qualidade da atenção; e os lobbies da indústria alimentícia e do setor privado da saúde, além do corporativismo médico e o conservadorismo de grupos religiosos. 
 
O Professor Jairnilson Paim explanou que os problemas do sistema de serviços de saúde envolvem determinantes políticos, econômicos e ideológicos. O professor da UFBA listou algumas das conquistas alcançadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos últimos anos: melhora no acesso à atenção básica e de emergência, por meio do SAMU, cobertura universal de vacinação e de assistência pré-natal e forte investimento na expansão de recursos humanos e em tecnologias. 
 
Mesmo com bons indicadores, Paim lastimou a grave redução de verbas para o setor. Antes da implantação do SUS, em 1981, os recursos públicos financiaram 68% dos atendimentos e pagaram 75% das internações. Comparativamente, em 2008, os números foram reduzidos para 56% e 67%, respectivamente. Diante disso, Paim concluiu que “O Estado brasileiro, historicamente, estimulou o setor privado, promovendo a mercantilização da saúde”.
 
As Doenças Crônicas Não-Transmissíveis, grupo de enfermidades que inclui o diabetes, problemas cardiovasculares e outros, e que atualmente são a principal causa de morte e morbidade na população brasileira, foram debatidas por um grande grupo de especialistas: Sandhi Barreto (UFMG); Maria Inês Schmidt (UFRGS); Paula Johns (ACT+ Brasil); Ana Luiza Curi Hallal (UFSC); Deborah Carvalho Malta (SAS/MS); José Agenor Alvares da Silva (Fiocruz Brasília), e José Paranaguá de Santana (NETHIS/Fiocruz Brasília).
 
No dia 31 de julho aconteceu o debate sobre o Modelo Agroalimentar hegemônico e as ameaças à Saúde e à Soberania Alimentar: O caso dos Alimentos Biofortificados, Transgênicos e Ultraprocessados. Diversos movimentos sociais, cientistas e pesquisadores dialogaram com os debatedores Vanessa Schottz Rodrigues, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro – Campus Macaé (UFRJ) e integrante do Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar (Fbssan); Leonardo Melgarejo, da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS) e membro da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), e Carlos Augusto Monteiro, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP). Todos eles defenderam o protagonismo da população brasileira em escolher o tipo de alimento que consome e o acesso pleno às informações acerca dos agrotóxicos e dos alimentos bioforticados, transgênicos e ultraprocessados. 
 
Participação do IDEC
 
O IDEC esteve presente no evento, distribuindo materiais de suas campanhas no seu stand em conjunto com ACT+. Neste espaço também foi divulgada a campanha Planos de Saúde: Não Bloqueim a Justiça. Vários participantes assinaram o manifesto que demonstra ao Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que o Núcleo de Apoio Técnico e Mediação (NAT) é medida inadequada para a solução de conflitos que tratem de cobertura de procedimentos para os consumidores. 
 
 
Mais informações estão disponíveis nos links: http://bit.ly/1Pj4F8u e http://bit.ly/1Mmxv9L