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O "Prêmio Piores Empresas", concedido anualmente às companhias que adotam comportamentos pouco respeitosos com os consumidores chega à sua terceira edição. A eleição é organizada pela Consumers International (CI), entidade que congrega organizações de defesa do consumidor de todo o mundo, entre as quais o Idec.
Desta vez, o prêmio foi baseado exclusivamente no chamado "greenwashing", que é a prática de propagandear supostas qualidades ecológicas de produtos e serviços que não condizem com a realidade. Em português, apelidamos a prática de "marketing verde". Nada mais apropriado para o momento em que ocorre a Conferência do Clima, que reúne a comunidade global para tentar enfrentar o avanço do aquecimento global.
As "vencedoras" desta edição são a montadora Audi, a petroleira BP, a companhia aérea europeia easyJet e a Microsoft, gigante do setor de informática. O objetivo da premiação foi chamar a atenção para as empresas que ignoraram o direito do consumidor de ter informações verdadeiras e confiáveis sobre o impacto ambiental dos produtos e serviços que adquire, a fim de que façam escolhas conscientes.
Um prêmio especial também foi concedido à organização "CO2 is Green" (CO2 é verde, em português), patrocinada por várias importantes petroleiras da União Européia, que alega que o aumento do nível de gás carbônico é bom para o meio ambiente! Os inúmeros estudos científicos que provam o contrário são, claro, ignorados.
Marketing verde
A Audi recebeu o "troféu abacaxi" por dar a entender, em sua glamorosa campanha de marketing, que seu novo carro movido a diesel A é limpo e não prejudica o meio ambiente, além de sugerir que conduzir o veículo é tão ecológico quanto andar de bicicleta!
A BP, apesar de propagandear frequentemente a respeito de sua divisão de "energia alternativa", tem, na verdade, reduzido investimentos e adiado projetos relativos a energias renováveis.
Já a easyJet não cansou de alardear que seus aviões são mais ecológicos que um carro híbrido, muito embora tenham sido apontados vários erros de cálculo no gráfico comparativo que a empresa divulgou.
A Microsoft, por sua vez, divulgou seu novo software Windows 7 como ecológico porque agregou alguns mecanismos de economia de energia em relação à versão anterior, Vista. O preocupante, contudo, é que a empresa incentiva os consumidores a comprarem um novo computador para poder aproveitar melhor programa. Ou seja, fica claro que o interesse da empresa, que também fabrica hardware, é fazer com que os usuários troquem seus equipamentos e para isso se vale da ideia de ecologia.
Para saber mais sobre o Prêmio Piores Empresas 2009, confira o site da CI: em espanhol ou em em inglês