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Brasileiro abusa no consumo de sal e açúcar, deixando de lado frutas, legumes e verduras

<i>Para Idec, regula&ccedil;&atilde;o na publicidade de alimentos pouco nutritivos &eacute; um passo importante para melhorar a alimenta&ccedil;&atilde;o dos brasileiros</i>

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Atualizado: 

11/08/2011

A população brasileira está consumindo alimentos pouco nutritivos, com cada vez mais sal, açúcar e gorduras saturadas. Os dados são da POF (Pesquisa de Orçamento Familiar 2008-2009) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e sinalizam um alerta vermelho para a má alimentação do brasileiro que, além de aumentar o consumo de alimentos nada saudáveis, está consumido menos frutas, legumes e verduras.

O levantamento realizado em 13,5 mil domicílios de todo do País analisou a alimentação de 34 mil pessoas, que durante dois dias não consecutivos, registraram o seu consumo diário de alimentos. Os números da pesquisa trouxeram à tona problemas na alimentação dos brasileiros. Cerca de 86% da população consome mais gorduras saturadas que o necessário e 61% peca pelo excesso de açúcar. A falta de alguns nutrientes e vitaminas também é um problema - 68% da população consome menos fibras que o recomendado.

Menos saúde à mesa
Pizzas, salgadinhos, doces e refrigerantes são os preferidos dos adolescentes de 14 a 18 anos, que abusam desses alimentos e por isso são o grupo que teve as maiores médias de consumo de colesterol, lipídios (gorduras) e açúcares totais. "Os resultados da POF do IBGE só confirmam o que estamos afirmando há muito: o padrão alimentar do Brasil, sobretudo das crianças e adolescentes, está nos levando a uma situação grave de saúde pública", afirma a advogada do Idec, Mariana Ferraz.

Mas a alimentação não está precária só entre os adolescentes. Mais de 90% da população brasileira não ingere as 400 gramas diárias recomendadas pelo Ministério da Saúde de frutas, legumes e verduras e prefere consumir outros tipos de alimentos pouco nutritivos. "Refrigerantes, biscoitos recheados, salgadinhos e outros alimentos com altos teores de açúcar, sódio e gorduras ocupam cada vez mais espaço na mesa dos brasileiros", ressalta Mariana. Para o Idec são necessárias medidas mais concretas para regular a publicidade desses alimentos. "Gostaríamos de saber o que o Conar e outras órgãos que são contrários à regulamentação da publicidade desses alimentos têm a dizer nesse momento".

Não é só dentro de casa que a alimentação da população é precária. A ingestão de calorias nas ruas corresponde a 16% do consumo calórico total diário do brasileiro. Na lista dos mais consumidos fora do domicílio têm destaque: cerveja (63,6%), salgadinhos industrializados (56,5%), salgados fritos e assados (53,2%), bebidas destiladas (44,7%), pizzas (42,6%), sanduíches (41,4%), refrigerantes diet ou light (40,1%), refrigerantes (39,9%), salada de frutas (38,8%) e chocolates (36,6%). Exceto a salada de frutas, todos esses alimentos são pouco nutritivos e têm grande destaque nas propagandas, tanto na televisão, rádio e internet, o que mostra a necessidade de regular a publicidade desses produtos.

Por outro lado, a pesquisa também mostrou que o tradicional arroz e feijão ainda mantêm forte presença na mesa do brasileiro. O arroz aparece em primeiro lugar, sendo consumido por 84% dos entrevistados em pelo menos um dos dias analisados. Já o feijão é apontado por 72,8% dos moradores selecionados. O café também tem destaque, aparecendo em segundo lugar, consumido por 79% dos pesquisados em pelo menos um dos dias avaliados.