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Reajuste abusivo é a principal queixa sobre planos de saúde em ranking do Idec

Problemas com planos foram o principal motivo dos atendimentos em 2017. Mudanças discutidas no Congresso podem deixar consumidor mais vulnerável

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Atualizado: 

13/03/2018

Como parte das divulgações da semana do Dia do Consumidor, o Idec publicou o ranking anual de atendimentos de 2017. Líder dos últimos 6 anos do levantamento, as dúvidas e queixas sobre planos de saúde somaram 23,4% dos registros do ano passado. Dos diferentes temas de atendimento relacionados à Saúde, os planos são responsáveis 93,97% do total.

O principal tema abordado pelos associados do Idec sobre planos de saúde continua sendo reajuste abusivo, predominantemente de planos coletivos, que não são regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O percentual de casos envolvendo reajustes teve forte crescimento em 2017 e correspondeu a cerca de 45% - ou seja, a quase metade dos atendimentos desse segmento.

Veja abaixo os assuntos mais comentados dentro de planos de saúde:

Planos de Saúde 2016 Planos de Saúde 2017
Reajuste - 32,6% Reajuste - 44,5% ⬆
Negativa de cobertura - 12,6% Informações incompletas - 12,8% ⬆
Informações incompletas - 9,1% Negativa de cobertura - 11,9% ⬇
Descredenciamento - 8,5% Descredenciamento - 2,1% ⬇

“As reclamações sobre planos de saúde está historicamente entre os principais atendimentos recebidos por entidades de defesa do consumidor. Um alerta maior ainda para a sociedade é a discussão que ocorre neste momento no Congresso Nacional a respeito de mudanças nas Lei de Planos de Saúde. A proposta que pode ser votada vai piorar bastante a situação do consumidor, que estará ainda mais vulnerável em relação às operadoras”, alerta a pesquisadora de Saúde do Idec, Ana Carolina Navarrete.

Com o crescimento de atendimentos sobre os valores dos reajustes, diminuiu a participação de outros tipos de reclamações, como negativa de cobertura e descredenciamento. Para o advogado e analista de relacionamento com o associado do Idec, Igor Marchetti, uma possível explicação é que, com a crise econômica, os consumidores tendem a reclamar mais do valor da mensalidade do que da qualidade do serviço. “Nessa conjuntura de vulnerabilidade do consumidor, medidas como a tentativa de flexibilização das regras da Lei de Plano de Saúde, em andamento no Congresso, mostram-se perversas, pois usam a situação econômica para retirar direitos e garantias”, analisa o advogado.

Excluindo os planos, outros temas relacionados à Saúde que tiveram reclamações em 2017 foram serviços particulares de saúde (3,4% das reclamações), medicamentos e farmácia (2%), outros produtos relacionados à saúde, exceto medicamentos (0,3%) e planos odontológicos (0,3%). 

Para saber sobre a campanha que o Idec e outras entidades de defesa do consumidor estão fazendo para impedir retrocessos na Lei de Planos de Saúde, acesse o especial https://idec.org.br/saudenauti.