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Idec e outras 300 autoridades e organizações assinam nota em defesa dos vulneráveis

Documento visa adiar o início do consignado para Auxílio Brasil para tentar reduzir as chances de superendividamento dessa população

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Atualizado: 

15/08/2022

Mais de 300 entidades jurídicas, de defesa do consumidor, autoridades de diferentes segmentos e pessoas engajadas assinam a “Nota em Defesa da Integridade Econômica da População Vulnerável”. Ela foi lançada em uma campanha nesta segunda-feira (15) e conta com a organização do Idec, Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da USP (pelo Programa de Apoio ao Endividado - PAE) e Acredito. O objetivo dessa nota é fazer com que autoridades tenham maior responsabilidade com as pessoas mais vulneráveis e adiem o início da oferta de crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil.

De acordo com o documento, o início imediato da operação do crédito pode ser uma nova causa do superendividamento dos mais pobres, já que os juros praticados pelo mercado chegam até 79% do valor do empréstimo. “A concessão de crédito consignado para beneficiários de programas de transferência de renda, no presente momento, tende a trazer ainda mais dificuldades para essa população. Se os valores atuais são insuficientes para garantir uma vida digna, a possibilidade de comprometer até 40% desse valor com empréstimos condenará essas famílias ainda mais à miséria.”, afirma a Nota.

O que diz a nota em defesa dos vulneráveis?

Entre os principais pedidos do grupo de instituições e autoridades, em que o Idec é uma das protagonistas, há os seguintes:

“Solicitamos o adiamento do início da comercialização do crédito para o Auxílio Brasil e outros programas de transferência de renda, para elaboração de estudos e manifestação técnica dos especialistas e da sociedade civil, como necessário para elaboração de toda política pública. 

Solicitamos ainda, às instituições financeiras ou empresas públicas que irão operar o crédito consignado para o Auxilio Brasil e demais programas de transferência de renda, que apresentem estudos sobre quais medidas de prevenção adotarão para concessão de crédito responsável, considerando também oferta e abordagem, possibilidade de fraude, análise da capacidade de pagamento e o alto risco de piora da situação de sobrevivência dessas famílias.”

Quem já assinou?

A “Nota em Defesa da Integridade Econômica da População Vulnerável” já foi assinada por mais de 300 pessoas. Alguns dos signatários foram os professores de economia Luiz Gonzaga Beluzzo, Ladislau Dowbor e Laura Carvalho. Os juristas Roberto Pfeiffer, Ricardo Morishita, Ronaldo Porto Macedo Júnior, Bruno Miragem e Kenarik Boujikian. Além da presidente do Conselho Diretor do Idec, Marilena Lazzarini.

Defensorias Públicas de vários estados, Ministérios Públicos de diferentes localidades, Procons e outras instituições da sociedade civil também assinaram a nota. Autoridades e representantes de instituições podem acessar e assinar a nota por este link! Já pessoas físicas engajadas no tema podem assinar por aqui!

Ao fim da campanha, a nota será entregue ao Ministério da Cidadania para que o órgão reavalie as medidas que irá tomar a respeito do assunto.