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Começa a atuar no Brasil comunidade com foco em melhorar políticas públicas relacionadas à saúde e sistemas alimentares

Evento de lançamento da Colansa (Comunidade América Latina e Caribe Nutrição e Saúde) será em 10 de março, na próxima quarta-feira, às 14h no Youtube

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Atualizado: 

08/03/2021

Uma rede de organizações nacionais e internacionais irão lançar em 10 março uma comunidade inovadora com atuação na América Latina e Caribe, a Colansa (Comunidade de Práticas América Latina e Caribe Nutrição e Saúde). O evento online será transmitido pelo Youtube do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) a partir das 14h.

O lançamento contará com a participação de Fábio Gomes, assessor regional de Nutrição e Atividade Física da Opas (Organização Pan-Americana de Saúde); Roberto Bazzani, do IDRC (International Development Research Centre); Camila Corvalan, pesquisadora do Inta (Instituto de Nutrição e Tecnologia de Alimentos da Universidade do Chile) e Ana Paula Bortoletto, nutricionista e consultora técnica do Programa de Alimentação Saudável do Idec. A mediação será realizada pela jornalista Kennia Velasquez, integrante da Red Mexicana de Periodistas de Ciencia.

A Colansa é uma comunidade inédita de pesquisadores e organizações da sociedade civil e academia da América Latina e Caribe, dentre os países o Brasil, que tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento de sistemas alimentares saudáveis, sustentáveis, equitativos e inclusivos, e para melhorar a nutrição e saúde das populações da região. 

O grupo irá analisar e estudar todos os processos envolvidos na alimentação - desde a forma como os alimentos são produzidos, o tipo de publicidade, a regulamentação nacional, o abastecimento e o consumo – para produzir conhecimento científico e evidências para embasar a criação de políticas públicas que ajudem no desenvolvimento saudável e sustentável da região.

Segundo Ana Paula Bortoletto, a chegada da Colansa é muito importante porque a troca de experiência entre países é fundamental para avançar mais rapidamente na implementação e acompanhamento de políticas públicas na região, independente do contexto político. “Conhecer os desafios e experiências bem-sucedidas dos países, suas pesquisas produzidas, metodologias e ferramentas utilizadas nos ajuda a antecipar movimentos que podem pôr em risco a saúde das pessoas e nos ajuda a construir argumentos e posicionamentos embasados em evidências e ciência”, afirma.   

Um exemplo é a bem-sucedida “lei de alimentação saudável” implementada pelo Chile, em 2016, que serviu de modelo para que o Brasil pudesse avançar na regulamentação dos rótulos dos alimentos vendidos ao consumidor em 2020. “No Chile, os alimentos processados têm rotulagem frontal de advertências, não podem conter publicidade infantil e não podem ser distribuídos ou vendidos nas escolas. Aqui no Brasil não conseguimos ainda um resultado tão bom, mas sem dúvida é um modelo que seguimos”.

Até o momento, já se filiaram à rede colaborativa entidades e pessoas do Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, México e Uruguai. Embora já existam redes de profissionais trabalhando sobre temas específicos relacionados à saúde e a nutrição, o ineditismo da Colansa consiste em ser a primeira comunidade de grande abrangência – mais de 20 países e mais de 580 milhões de pessoas – em discutir e produzir informações e evidências sobre todos os processos que fazem parte dos sistemas alimentares saudáveis. 

Ultraprocessados, grande desafio 

Os países da região têm muitas semelhanças quanto ao padrão alimentar. Ainda que os alimentos saudáveis sejam preferência, tem-se registrado o crescimento exponencial do consumo de ultraprocessados, como as comidas congeladas.

“O Brasil, em termos de volume de calorias consumidas, por conta do seu tamanho e população, se destaca no consumo de ultraprocessados. Nosso grande desafio aqui no país, sem dúvida, é o de frear a interferência negativa da indústria alimentícia e do agronegócio na implementação de políticas públicas favoráveis aos sistemas alimentares saudáveis. Um dos principais desafios e expectativas da Colansa para o Brasil será o de equilibrar essas relações para garantir que as políticas públicas de proteção à saúde sejam priorizadas em relação aos interesses comerciais”, explica a nutricionista do Idec.  

Saiba mais sobre a Colansa

A Colansa busca desempenhar um papel de liderança na América Latina e no Caribe, criando um espaço de discussão e de debate e um ambiente democrático para a contribuição de ideias e soluções para melhorar os sistemas alimentares da região e, assim, ajudar a prevenir doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão e até alguns tipos de câncer. 

Sua atuação se faz por meio da aprendizagem colaborativa, contribuindo para a inovação e o desenvolvimento de vínculos entre os países membros para que haja troca de conhecimentos e de ferramentas para resolver problemas com abordagens multidisciplinares. Os membros da Colansa não mantêm qualquer tipo de vínculo com a indústria de alimentos e bebidas para que não haja, em nenhum momento, qualquer tipo de conflito de interesses e para que suas ações sejam livres, transparentes e focadas no bem-estar e na saúde pública. 

Acesse o site www.colansa.org