separador
Atualizado:

Onde vão parar seus dados quando você salva algo na nuvem? Este estudo revela o lado oculto dos data centers na América Latina, mostrando como gigantes da tecnologia como Google e Microsoft escolhem estrategicamente regiões com água e energia baratas, leis ambientais fracas e pouca fiscalização. Investigando casos reais no Chile, México, Uruguai e Brasil, a pesquisa expõe um padrão alarmante: comunidades ficando sem água, contas de luz mais caras e projetos aprovados sem consulta à população.
Essa dinâmica tem nome: colonialismo digital. Assim como no colonialismo histórico, recursos são extraídos de territórios vulneráveis para beneficiar grandes corporações, enquanto as comunidades locais arcam com os custos ambientais e sociais. Os data centers consomem quantidades absurdas de água e energia, mas seus impactos raramente são avaliados de forma transparente. O que vendem como inovação e progresso esconde uma realidade de apropriação de recursos essenciais à vida.
Mas há resistência. O estudo documenta como a organização comunitária tem conseguido barrar e revisar projetos insustentáveis, e oferece caminhos práticos para que Brasil e outros países latino-americanos não se transformem no "quintal de data centers" das big techs. É possível ter tecnologia e soberania digital sem sacrificar nossos rios, nossa energia e nossa autonomia.

