A opção pelos produtos preparados em casa contribui para o bolso, para a saúde e o meio ambiente. Para ensinar algumas receitas, o Idec realizará oficina gratuita, essa semana, na Vila Piauí

Depois dos alimentos, os produtos de limpeza são os que mais pesam no orçamento doméstico, além de poluírem o meio ambiente e representarem riscos à saúde. Para garantir a higiene de casa e evitar todos esses males, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) orienta como iniciar novos hábitos de consumo, de maneira prática, mais econômica e sustentável, com a produção caseira desses produtos.

Os produtos de limpeza chegam a ser 300% mais caros que os preparados em casa de maneira ecológica, sendo as embalagens um dos principais fatores para o alto valor. "Aderir a opções caseiras e ecológicas é uma forma simples de alterar os padrões atuais de consumo, que vem causando as mudanças climáticas”, explica Adriana Charoux, pesquisadora do Idec.

Para disseminar essa prática, o Idec realizará oficina gratuita, na sexta-feira (15/04), na Vila Piauí, em São Paulo, promovida em parceria com: Vitae Civilis; Instituto Kairós; Secretaria do Verde e Meio Ambiente; e o Programa Ambientes Verdes e Saudáveis - PAVS (Núcleo Zona Oeste - Lapa/Pinheiros), da Secretaria de Saúde do Município de São Paulo.

Serão apresentadas receitas dos principais produtos de limpeza - detergente, desinfetante e limpador multiuso - utilizando como fontes de informações e sugestões: Almanaque para Práticas Sustentáveis, de Thomas Enlazador e colaboradores; e o livro Casa Limpa da Faxineira Ecológica, de Denis Beauchamp.

Impactos para a saúde e meio ambiente

Os produtos industrializados, a maioria deles, contém fosfato (já proibido em outros países) e cloro em suas formulações, que podem ser responsáveis por alergias de pele e até doenças pulmonares. Os produtos classificados como saneantes (detergentes, desinfetantes, alvejantes, desodorizantes etc) são a terceira causa de intoxicação no Brasil, segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas (Sinitox).

Esses mesmos componentes são extremamente nocivos ao meio ambiente. Quando o fosfato se dilui na água e chega aos mares, rios e lagos , estimula a multiplicação de algas, grandes consumidoras de oxigênio o que acaba por diminuir a qualidade das águas.“Mesmo detergentes que informam no rótulo tensoativo biodegadável podem causar impacto à saúde dos rios e solos” diz Cesar Pegoraro, biólogo e educador do Vitae Civilis”.

A água sanitária é outro grande problema. É um produto feito à base de cloro diluído que tem alto poder alvejante mas também causa a morte de todos os microorganismos responsáveis pela decomposição da matéria orgânica presentes nos rios e solos, os principais agentes despoluidores das águas.

"Clima e Consumo em São Paulo"

A oficina faz parte da programação do “Clima e Consumo em São Paulo”, que é uma série de intervenções urbanas, que acontecerão nos bairros da Barra Funda, Perdizes, Lapa, Vila Leopoldina, Vila Jaguara e Jaguaré, com o propósito de abordar problemas de grande impacto nas mudanças climáticas em São Paulo, como: a geração excessiva de resíduos sólidos; o excesso de carros e a falta de um plano de mobilidade sustentável para cidade, aumento das enchentes e a falta de informação da origem da carne que favorece o desmatamento.

O programa é uma iniciativa do Idec e do Vitae Civilis, em parceria com diversas organizações e pessoas que colaboram para uma cidade mais sustentável. O projeto conta com apoio do FEMA - Fundo Especial de Meio Ambiente, mantido pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente da cidade de São Paulo - SVMA.

Para a programação completa acesse: http://www.climaeconsumo.org.br/climasp.html

SERVIÇO:

Atividade: Aprendendo a fazer produtos de limpeza ecológicos

Data: 15/04/2011

Local: Praça Camilo Castelo Branco, em frente à Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Rua Nilva 324

Horário: 9h00 às 11h30

Iniciativa: Idec, Vitae Civilis, Instituto Kairós, PAVS, SVMA