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Idec apresenta em primeira mão no Brasil a campanha Cresça

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Atualizado: 

31/08/2011

Movimento da Oxfam por um mundo sem fome foi lançado hoje em 37 países

 

 

 

A Oxfam Internacional lançou hoje a campanha “Cresça” em 37 países. A organização pede que governos, empresas e cidadãos que discutam o sistema de produção, distribuição e consumo de alimentos no mundo. Ela propõe medidas para um futuro em que todos tenham o que comer e não haja um esgotamento dos recursos naturais.

 

O Idec apoia a campanha e apresenta em primeira mão em seu site no Brasil o vídeo promocional da campanha em português. Durante os próximos quatro anos outros países farão parte do movimento e questões mais específicas relacionadas ao sistema produtivo serão motivo de pesquisa. Hoje, durante o lançamento vários eventos foram promovidos em torno dos dados apresentados no relatório “ Crescendo para um futuro Melhor” que pode ser encontrado aqui em inglês e espanhol. (link Idec)

 

Sistema Alimentar Falido e Crise Ambiental Levam Milhares a Fome

 

De acordo com um novo estudo da Oxfam, décadas de progresso contra a fome estão atualmente sendo revertidas devido a um sistema alimentar falido e à crise ambiental. O disparo do preço dos alimentos e ciclos intermináveis de crises alimentares regionais levarão outros tantos milhares de pessoas a fome, a menos que se mude a forma de produzir e distribuir os alimentos. A Oxfam lança hoje una nova campanha mundial por um mundo sem fome.

 

A campanha “CRESÇA” da Oxfam recebe apoio de personalidades importantes como a do ex-presidente do Brasil Luis Inácio Lula da Silva, do Arcebispo Emérito Desmond Tutu e da atriz Scarlett Johansson.

 

O novo relatório “Crescendo para um futuro melhor”, cataloga os sintomas do sistema alimentar falido dos tempos atuais: a fome crescente, a produtividade agrícola cada vez menor, a busca por terras férteis e por água e a escalada de preços dos alimentos antecipam o início de uma nova era de crise na qual os exauridos recursos naturais da terra e os crescentes impactos da mudança climática aumentarão aos milhões o número de pessoas famintas.

 

·Recentes estudos prevêem que o preço dos alimentos da cesta básica como milho, já em alta histórica sem precedentes, irá mais que duplicar nos próximos 20 anos. Metade deste aumento será devido à mudança climática. As pessoas mais pobres do planeta que gastam até 80 por cento de sua renda em alimentação sofrerão o maior impacto.

·Atualmente, oito milhões de pessoas, em sua grande maioria mulheres jovens e adultas, enfrentam a escassez crônica de alimentos na África Oriental. O crescente aumento do número de crises regionais e locais pode provocar a duplicação da demanda por assistência alimentar nos próximos 10 anos.

·Até 2050, haverá um aumento de 70 % na demanda por alimentos; entretanto nossa capacidade de aumento da produção alimentar está em declínio. O índice médio de crescimento da produtividade agrícola caiu quase pela metade desde 1990 e está fadado a diminuir a uma fração de um por cento na próxima década.

 

Nas palavras do próprio Jeremy Hobbs, Diretor Executivo da Oxfam, “Nosso mundo é capaz de alimentar toda a humanidade e mesmo assim atualmente uma em cada sete pessoas ainda passa fome. Nesta nova era de crise, a medida que os impactos da mudança climática tornarem-se cada vez mais severos e os suprimentos de água potável e terras férteis tornarem-se cada vez mais escassos, alimentar o mundo se tornará uma tarefa mais difícil. Mais e mais milhões de homens, mulheres e crianças vão passar fome, ao menos que haja uma mudança em nosso falido sistema alimentar

 

A campanha CRESÇA da Oxfam irá expor os governos cujas políticas fracassadas escoram o falido sistema alimentar e o grupo de 300 – 500 companhias poderosas que se beneficiam desta situação e fazem um forte lobby para mantê-la. Por exemplo:

 

Índia: Apesar de o crescimento da economia ter duplicado entre 1990 e 2005, o número de famintos naquele país aumentou em 65 milhões – mais que a população da França – por o desenvolvimento econômico ter excluído a pobreza rural e os esquemas de proteção social não terem sido suficientemente abrangentes. Atualmente, uma em cada quatro pessoas famintas no mundo vive na Índia.

 

Estados Unidos: A política norte americana garante que 15 por cento do milho mundial se destine à produção de combustível, mesmo em tempos de crise alimentar severa. O total de grãos necessários para abastecer com biocombustível o tanque de um utilitário seria suficiente para alimentar uma pessoa durante um ano inteiro.

 

Comerciantes: Quatro empresas multinacionais controlam a movimentação da maior parte dos alimentos do mundo. Três companhias - Archer Daniels Midland, Bunge e Cargill – controlam estimados 90 por cento de todo comércio mundial de cereais. Suas atividades ajudam a controlar os preços voláteis dos alimentos e lucram com essas variações. No primeiro trimestre de 2008, na alta de uma crise mundial de preços dos alimentos, os lucros da Cargill foram de até 86 por cento e a empresa está em vias de fechar o ano mais rentável de sua história graças a maiores transtornos no fornecimento mundial de alimentos.

 

A Oxfam tem reagido a crises alimentares por 70 anos. Agora está apelando aos governos – especialmente aos poderosos do G20 – que liderem a transformação a um sistema alimentar mais justo e sustentável através do investimento em agricultura, valorizando os recursos naturais mundiais, fazendo um melhor manejo do sistema alimentar e proporcionando igualdade a mulheres que produzem grande parte dos alimentos no mundo. É um apelo ao setor privado por uma mudança a um modelo de negócios no qual o lucro não se origina a custas nem dos produtores pobres, nem dos consumidores ou do meio ambiente.

 

Jeremy Hobbs, Diretor Executivo da Oxfam afirma: “Por muito tempo os governos têm colocado os interesses dos grandes negócios e das poderosas elites acima dos interesses de uma população mundial de sete bilhões produtora e consumidora de alimentos. Os governos do G20 ao se reunirem na França neste ano devem imediatamente dar o ponta-pé inicial da transformação de nosso sistema alimentar mundial”.

 

"Os países do G20 devem investir nos 500 milhões de propriedades agrícolas de pequena escala nos países em desenvolvimento, pois oferecem maior potencial para o incremento da produtividade agrícola mundial – e devem auxiliá-los na adaptação às mudanças climáticas. Devem regulamentar os mercados de commodities e reformular as políticas incoerentes de biocombustível para manter os preços dos alimentos sob controle.

 

“Os governos também devem assegurar que mulheres, produtoras de grande parte dos alimentos do mundo, tenham os mesmos direitos que os homens a terra, recursos e oportunidades, – com equidade de direitos, as mulheres produtoras poderiam alimentar-se a si mesmas, a suas famílias e até 150 milhões de pessoas mais,” afirma Hobbs.

 

O ex-presidente brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva disse: "Não dá para esperar mais. Todos, principalmente os lideres políticos e as empresas globais devem se comprometer em fazer chegar comida a quem precisa. Não há desculpas. Temos capacidade de alimentar todas as pessoas que vivem neste planeta. Basta ter vontade e compromisso com um direito que é fundamental para os seres humanos."

 

Segundo o Arcebispo Desmond Tutu, "Muitos governos e empresas irão resistir a mudanças pelo hábito, ideologia ou busca de lucro. Só depende de nós – você e eu – persuadir a todos ao escolher alimentos produzidos de forma justa e sustentável, reduzindo nosso impacto ambiental e unindo-se a Oxfam e a outros para exigir mudanças.”

 

Nas palavras da Embaixadora Mundial da Oxfam Scarlett Johansson: “Compartilhar alimentos é um dos prazeres da vida. Em uma escala global, não compartilhamos de forma justa. Cerca de um bilhão de pessoas vão dormir todas as noites com fome. O fato é que o sistema alimentar mundial está falido. Todos nós, do Kentucky ao Quênia, merecemos o suficiente para nos alimentar. Por isso me uno a Campanha “Cresça” da Oxfam.”

 

NOTAS PARA O EDITOR:

Os seguintes materiais estão disponíveis em http://www.4shared.com/folder/O2b4bIiF/CRESÇA_MEDIA_MATERIALS_1_JUNE_20.html

• O relatório e o resumo executivo do relatório

• Vídeo de qualidade “broadcast” e fotos de alta resolução de estudos de caso da Índia e da Guatemala

• Fotos em alta resolução e vídeo de qualidade “broadcast” com mensagens do ex-presidente Lula e de outras celebridades (disponível a partir de 30 de Maio)

• Fotos em alta resolução do Arcebispo Emérito Tutu e do ex presidente (disponível a partir de 30 de Maio)

Contato para imprensa no Brasil: Carlos Wilson – 61 – 3321-4044 – candrade@oxfam.org.br