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12/01/2012
Atualizado:
12/01/2012
Mesmo em São Paulo, que possui a maior renda per capita do Brasil, uma das principais opções de lazer ainda é pouco acessível
São Paulo possui o ingresso de cinema mais caro, em relação ao salário mínimo, que Estados Unidos, França e Japão. Foi o que apontou a pesquisa do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), que demonstra também que o cinema pesa mais para consumidor brasileiro do que para outros consumidores de países com economia similar, como Argentina e México, com excessão apenas para África do Sul. (tabela abaixo)
De acordo com Censo de 2010, 43,7% dos brasileiros recebem até um salário mínimo. Se for levado em consideração que maiorias dos consumidores gastam, em média, 3% de sua renda em lazer, apenas uma pessoa de cada família, que ganha até R$ 610,00, pode ir ao cinema (R$ 20,00), uma vez ao mês. Para o advogado do Idec e responsável pela pesquisa, Gui lherme Varella, "frequentar salas de cinema ainda é uma opção de lazer bastante cara e, por isso, pouco acessível".
No que diz respeito às condições das salas de cinema, o resultado da pesquisa do Idec foi satisfatório, quando avaliou os itens como: informações de segurança, possibilidade de compra pela internet, reservas, estacionamento e acessibilidade. Por outro lado, foram observadas algumas cobranças indevidas, como é o caso da taxa de conveniência. Isso porque alguns estabelecimentos que disponibilizam a compra pela internet, obrigam o consumidor retirá-lo na bilheteria. "O consumidor corre o risco de pegar fila, mesmo tendo comprado o ingresso antecipadamente. Nesse caso, a cobrança extra não se justifica", contesta Varella. Na questão de limpeza também foram encontrados problemas. O estado dos banheiros e do hall de entrada foi considerado péssimo em duas salas de cinema: Cinemark Metrô Santa Cruz e Cinemark Shopping D.
Mais detalhes da pesquisa
A pesquisa avaliou dez salas de cinema da cidade de São Paulo, no centro expandido: Cinemark Shopping Santa Cruz (Zona Sul), UCI Shopping Anália Franco (Zona Leste), Cinemark Shopping D (Zona Norte), Espaço Unibanco Pompeia (Zona Oeste), Sala Sabesp de Cinema (Zona Oeste), Multiplex Playarte Bristol (Centro/Paulista), Espaço Unibanco Augusta (Centro/Paulista), Cine Livraria Cultura (Centro/Paulista), Reserva Cultural (Centro/Paulista) e Cinesesc (Jardins). Entre os dias 14 e 24 de outubro, técnicos do Idec foram às salas selecionadas e reportaram aspectos referentes a venda de ingressos, serviço de estacionamento, limpeza das instalações, entre outros.
Além disso, foi feito um levantamento internacional, que analisou os preços de cinema em dez países: África do Sul (Ster Knekor), Argentina (Cinemark), Austrália (Event Cinemas), Chile (Cinemark), Espanha (Cinebox Parque Corredor), Estados Unidos (Cinemark/AMC Theater), França (Gaumont Pathé), México (Cinemark), Tóquio (Toho Theater) e Reino Unido (Cineworld), além do Brasil, em que foram verificados os preços nas cidades de Brasília (Cinemark) e São Paulo (Bristol). Foram considerados os preços praticados pela maior rede de cinema local na capital de cada país (com exceção dos EUA, cuja cidade escolhida foi Nova York), com salas localizadas, de preferência, em shopping centers. A sessão escolhida foi sempre a de sábado à noite, com preço integral (sem meia-entrada ou descontos) em sala normal (sem tecnologia 3D ou outra). Os preços apurados foram convertidos em dólar e depois em real, e comparados com o valor do salário mínimo local.