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Pela primeira vez, o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) participou da Conferência Regional da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura). A 37ª Conferência para a América Latina e Caribe foi realizada no início de abril com a finalidade apontar as prioridades de atuação para o cumprimento do Direito Humano à Alimentação Adequada na região.
Janine Coutinho, coordenadora do Programa de Alimentação Saudável e Sustentável do Idec, participou na condição de delegada da sociedade civil na Conferência. No evento foram apontadas na Declaração da Sociedade Civil demandas urgentes como a transição dos sistemas alimentares; o aprimoramento de medidas regulatórias de oferta e publicidade de alimentos ultraprocessados; o incentivo ao consumo de comida de verdade, sem agrotóxicos, e mecanismos para prevenir e salvaguardar conflitos de interesse nas políticas de segurança alimentar e nutricional. Outro ponto de destaque foi a elaboração de Guias Alimentares baseados no nível de processamento dos alimentos, nos moldes do Guia alimentar para a população brasileira.
Por fim, Janine alertou sobre a necessidade de que o órgão global faça uma escuta real das organizações da sociedade civil, reforçando a importância do Mecanismo da Sociedade Civil do Comitê de Segurança Alimentar da ONU. Os debates que ocorreram durante a preparação da conferência contribuíram para a elaboração da declaração da sociedade civil e para a definição das prioridades da FAO que foram apresentadas na Conferência, em Quito, no Equador.
A Conferência Regional da FAO é um fórum onde Ministros da Agricultura e autoridades dos Estados membros da região da América Latina e Caribe se encontram para debater os desafios e prioridades em relação à alimentação e à agricultura. O evento é primordial para garantir a eficiência das atividades da Organização e definir as áreas prioritárias de trabalho.
Os fóruns são convocados a cada dois anos e organizações da sociedade civil da região são consultadas previamente, em debate, de modo a ajudar a levantar os principais pontos a serem levados em consideração pelos Ministros e autoridades de Estado, sobre questões como a soberania e insegurança alimentar, e erradicação da fome e das desigualdades entre os Estados membros.
"A possibilidade de contribuir com a declaração da sociedade civil, apontando as demandas urgentes para a transição dos sistemas alimentares, é um reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelo Idec na área de alimentação", comemorou Janine.