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O Idec, ONG de Defesa do Consumidor, inicia nesta quarta-feira (13) a coleta de relatos de consumidores que registraram problemas de queda de performance da bateria de iPhones, os aparelhos de telefone celular da Apple. A medida ocorre após a demanda de reclamações sobre o caso ainda permanecer alta em todo o mundo, e uma nova ação contra a empresa ter sido movida no Chile.
Na última semana, mais de 130 mil chilenos se reuniram em uma ação coletiva contra a Apple, denunciando a empresa por prática de obsolescência programada, que é a ação deliberada de produzir um ou vários produtos que, artificialmente, tenham, de alguma forma, sua durabilidade reduzida do que originalmente se espera.
“A própria empresa já admitiu o problema, mas as reclamações sobre os iPhones aqui no Brasil continuam recorrentes. Com a divulgação da iniciativa no Chile, houve um aumento significativo de pessoas reivindicando uma ação semelhante aqui no Brasil, o que corrobora a percepção que ainda há muitos consumidores se sentindo lesados”, afirma o líder do programa de Telecomunicações e Direitos Digitais do Idec, Diogo Moyses.
De acordo com a Organização de Consumidores e Usuários do Chile, trata-se de um número recorde para ações do tipo no país. A entidade acusa a empresa de deliberadamente fazer com que as baterias dos iPhones percam a eficiência após alguns anos de uso, forçando os usuários a trocarem o aparelho por modelos mais recentes. A ação solicita que a empresa repare todos os telefones afetados ou recompre os aparelhos dos clientes no valor de mercado atual.
Após contato com a organização chilena, o Idec decidiu recolher relatos de consumidores sobre os problemas com iPhones também no Brasil. “Estamos dando esse primeiro passo e recolhendo relatos de consumidores, para estudar melhor o caso e discutir ações que podem ser encaminhadas por aqui”, completa Moyses.
Nos EUA e na França, a empresa também está sendo investigada por ato de omissão de informação sobre desempenho e durabilidade de seus produtos. Em ações coletivas movidas por usuários de Chicago, a empresa é acusada de forçar consumidores a comprar novos iPhones, em ação “imoral e anti-ética”.