O Idec (Ong de Defesa do Consumidor) e outras entidades da sociedade civil enviaram, nesta quinta-feira (09), uma carta ao presidente da República, Michel Temer, ao presidente do Senado, Eunício de Oliveira, e à presidente da Comissão de Assuntos Sociais do Senado, Martha Suplicy, para alertar sobre sugestão noticiada pela imprensa de Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho para a diretoria da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

No dia 1º de agosto, Temer retirou a indicação de Davidson Tolentino de Almeida para o cargo após grande pressão de entidades e da sociedade. Tolentino foi citado em uma investigação de esquema de corrupção, arrecadação e estocagem de dinheiro ilícito, ainda em apuração.

Para o lugar de Tolentino, cogita-se que a indicação será feita por um dos partidos da base do governo. O nome citado pela imprensa é de Paulo Roberto Vanderlei Rebello Filho, advogado e membro do conselho fiscal da Caixa, empresa que também comercializa planos de saúde. Além da indicação apresentar potencial conflito de interesses, as entidades afirmam que o escolhido não possui expertise necessária para ser diretor da agência.

“Conforme se verifica de seu histórico profissional, suas funções anteriores não guardam pertinência com o cargo, e, segundo consta de seu currículo resumido, sua experiência no Ministério da Saúde não chegou a dois anos na chefia de gabinete”, apontam as organizações na carta.

As entidades ainda chamam a atenção para o fato de a ANS ficar na mão de quatro advogados e um economista, sem a presença de nenhum profissional com formação na área da saúde. “Numa agência que visa regular um mercado tão sensível à saúde dos brasileiros, este fato não parece admissível”, comentam no documento.