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A Comissão Senado do Futuro promoveu, na última quinta-feira (17), um seminário com o objetivo de debater o combate aos fatores de risco das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), tais como obesidade, diabetes, câncer e doenças cardiovasculares.
O evento foi uma iniciativa do senador Cristovam Buarque (PPS) e contou com a presença do senador e médico chileno Guido Girardi. Além dele, estiveram presentes a nutricionista e pesquisadora do Idec Ana Paula Bortoletto e outros especialistas da área de saúde e educação.
Durante sua apresentação, o senador Guido Girardi destacou que os hábitos alimentares não saudáveis, e consequentemente o sobrepeso e a obesidade, são um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de diversas DCNT.
“As DCNT dão a sensação de que não há nada a fazer, mas são as mais transmissíveis de todas, porque podem ser transmitidas pelos seres vivos”, provocou Girardi, que aponta a publicidade como uma das principais responsáveis por mascarar as verdades sobre os alimentos prejudiciais à saúde e incentivar o consumismo.
O político destacou que uma das formas de promover a alimentação adequada e saudável é ter uma rotulagem mais compreensível, para que as pessoas saibam realmente o que estão consumindo, tal como tem feito o Chile.
No país, desde 2016, todos os produtos alimentícios que contêm gordura, sal e açúcar além dos limites estabelecidos devem apresentar selos na parte frontal da embalagem com um alerta sobre o excesso desses nutrientes.
Agenda para alimentação saudável
Durante a audiência, a nutricionista do Idec destacou o direito à informação como uma ferramenta importante para garantir e promover a alimentação saudável e proteger a população das publicidades enganosas.
Bortoletto afirmou que o aumento dos índices de obesidade e de outras doenças crônicas está diretamente associado ao consumo de produtos ultraprocessados e, portanto, é preciso criar medidas regulatórias que facilitem as escolhas mais saudáveis e adequadas e não foquem apenas na educação individual.
“Para reverter a obesidade, precisamos de informação nos rótulos dos alimentos, de um ambiente escolar protegido da alimentação não saudável, do aumento do preço dos produtos ultraprocessados e que a publicidade seja regulamentada e proibida para as crianças”, finaliza.