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Senador do Chile defende novo modelo de rotulagem para promover alimentação saudável

Político participou de seminário no Senado para discutir formas de combater epidemia da obesidade no Brasil e no mundo

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Atualizado: 

22/08/2017

A Comissão Senado do Futuro promoveu, na última quinta-feira (17), um seminário com o objetivo de debater o combate aos fatores de risco das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), tais como obesidade, diabetes, câncer e doenças cardiovasculares. 

O evento foi uma iniciativa do senador Cristovam Buarque (PPS) e contou com a presença do senador e médico chileno Guido Girardi. Além dele, estiveram presentes a nutricionista e pesquisadora do Idec Ana Paula Bortoletto e outros especialistas da área de saúde e educação. 

Durante sua apresentação, o senador Guido Girardi destacou que os hábitos alimentares não saudáveis, e consequentemente o sobrepeso e a obesidade, são um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de diversas DCNT. 

“As DCNT dão a sensação de que não há nada a fazer, mas são as mais transmissíveis de todas, porque podem ser transmitidas pelos seres vivos”, provocou Girardi, que aponta a publicidade como uma das principais responsáveis por mascarar as verdades sobre os alimentos prejudiciais à saúde e incentivar o consumismo. 

O político destacou que uma das formas de promover a alimentação adequada e saudável é ter uma rotulagem mais compreensível, para que as pessoas saibam realmente o que estão consumindo, tal como tem feito o Chile. 

No país, desde 2016, todos os produtos alimentícios que contêm gordura, sal e açúcar  além dos limites estabelecidos devem apresentar selos na parte frontal da embalagem com um alerta sobre o excesso desses nutrientes. 

Agenda para alimentação saudável 

Durante a audiência, a nutricionista do Idec destacou o direito à informação como uma ferramenta importante para garantir e promover a alimentação saudável e proteger a população das publicidades enganosas. 

Bortoletto afirmou que o aumento dos índices de obesidade e de outras doenças crônicas está diretamente associado ao consumo de produtos ultraprocessados e, portanto, é preciso criar medidas regulatórias que facilitem as escolhas mais saudáveis e adequadas e não foquem apenas na educação individual. 

“Para reverter a obesidade, precisamos de informação nos rótulos dos alimentos, de um ambiente escolar protegido da alimentação não saudável, do aumento do preço dos produtos ultraprocessados e que a publicidade seja regulamentada e proibida para as crianças”, finaliza.