A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) já leiloou dois lotes para oferta de telefonia móvel 4G (quarta geração). A operadora Claro conquistou o primeiro lote nacional e o grupo Telefônica/Vivo venceu o segundo leilão. Os lotes restantes ainda serão vendidos pela agência. 

 

A velocidade do tráfego de dados pelo 4G será ao menos 20 vezes maior se comparado ao 3G que, de acordo informações da Anatel, contabilizaram em maio deste ano 56,39 milhões de acessos em banda larga móvel no País.

 

A multiplicação dos acessos na banda larga móvel é mais viável diante dos altos custos da ampliação da infraestrutura física necessária à conexão na casa do usuário. Vale lembrar que um município é considerado atendido quando 80% da área urbana está coberta pelo serviço, o que tende a deixar sempre de lado as áreas de menor potencial econômico e interesse comercial.

 

Cobertura 4G

De acordo com a agência, as empresas selecionadas para prestar o serviço 4G deverão ofertá-lo no ano que vem em todas as cidades sede da Copa das Confederações. Para 2014, o serviço deverá ser disponibilizado para todas as sedes e subsedes da Copa do Mundo e todas as capitais de Estados e municípios com mais de 500 mil habitantes. Até o início de 2017, municípios com mais de 100 mil habitantes deverão ser atendidos.

 

Diante das previsões, é possível perceber que a definição de cobertura permanece a mesma: continua excluindo parte relevante dos municípios e os consumidores que vivem em áreas rurais deverão conviver, mesmo na banga larga fixa, com baixa franquia de dados até 2017.

 

Preços elevados e qualidade da banda larga

“Apesar de a implantação do 4G possibilitar o acompanhamento das evoluções tecnológicas e disponibilizar serviços com melhor desempenho, não é difícil prever que seus benefícios ficarão restritos à pequena parte da população durante um tempo considerável em razão dos preços. Por isso, o 3G continuará sendo referência para a maioria dos brasileiros nos próximos anos”, prevê a advogada do Idec, Veridiana Alimonti.

 

A qualidade do serviço da banda larga móvel é mais um ponto crítico a ser discutido. A partir do segundo semestre deste ano, as operadoras deverão entregar velocidades ao menos próximos das contratadas e garantir a estabilidade da conexão oferecida. 

 

“Se é verdade que a agência publicou recentemente novo regulamento de sanções com medidas que podem se mostrar mais efetivas e benéficas ao usuário, é também verdade que os anos de multas não pagas podem ser trocados por milhões de reais em investimento nas redes das prestadoras punidas. Pelo menos é isso que pretende o Termo de Ajustamento de Conduta em negociação entre empresas, governo e Anatel”, conclui Veridiana.