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Foto: iStock Photo
Publicado originalmente em A Tribuna
Um assunto que interessa à saúde de todos e deve ser alvo de cuidados do consumidor está nas prateleiras de qualquer supermercado. É a presença da gordura trans, mesmo em alimentos que trazem nos rótulos a informação contrária, ou seja, de que são livres desse tipo de substância. O alerta é do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Segundo o órgão, há pesquisas indicando que, mesmo quando os fabricantes informam a ausência na tabela nutricional, pode haver no alimento grande quantidade desse tipo de gordura – considerada por especialistas uma das piores para a saúde em geral, e em especial ao coração.
Um estudo desenvolvido por especialistas em nutrição do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde Pública da Universidade de São Paulo (Nupens/USP ) e do Idec mostrou que 11,5% dos salgadinhos pesquisados, entre 11.434 produtos, de cinco principais redes de supermercado do Brasil, por exemplo, tinham gordura trans.
Atualmente, há uma espécie de margem de erro que possibilita o uso do “zero gordura trans” só como marketing. As fábricas podem utilizar a alegação de que os produtos “não contém gordura trans” ou são “zero gordura trans”, quando a quantidade for igual ou inferior a 0,2 grama por porção. Num pacote de bolachas, quando cada porção é medida por dois biscoitos, por exemplo, o consumidor acaba consumindo o nutriente em excesso.
Proibição já pensada
Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem dois processos regulatórios relacionados ao tema. O primeiro trata sobre a rotulagem, e o segundo, da redução, ou proibição, de uso da gordura trans pela indústria.
Sobre rotulagem nutricional e de rotulagem geral, a Anvisa pretende solucionar problemas já identificados na transmissão de informações sobre a composição de alimentos no país.
Um exemplo é que algumas gorduras hidrogenadas são gordura trans. Ou seja, o nutriente é mascarado recebendo diversos nomes nas embalagens. A Anvisa deve abrir consulta pública no segundo semestre deste ano sobre o tema.
Paralelamente, a agência estuda, também, alternativas para restringir o uso dessas gorduras em alimentos. A previsão é de que até setembro haja novidades.
Se o Idec defende o banimento da utilização da gordura trans pela indústria, também há um projeto de lei, o 7.681-A/2017, propondo a proibição. Em tramitação na Câmara, segue está para apreciação em algumas comissões.
Publicado originalmente em A Tribuna