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Imagem: iStock
Matéria publicada originalmente em O Globo
A nova modalidade de pagamento, tipo crediário, anunciada pela Associação Brasileira de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) para o primeiro trimestre do ano que vem , pode aumentar o endividamento dos brasileiros, dizem especialistas. É que apesar de prometer juros próximos ao do crédito consignado, entre 1,18% e 6,52% ao mês, a novidade abre uma nova linha de crédito para o consumo no varejo.
— Definitivamente os consumidores não estão precisando de mais uma linha de crédito, ainda mais para comprar produtos supérfulos com apelo de consumo. Apesar do juros mensal ser baixo, com o parcelamento longo: assim como acontece com o consignado, o montante a ser pago passa a ser alto. E ainda fica a questão, será que as empresas farão uma análise da capacidade de pagamento desse consumidor? — questiona Patrícia Cardoso, coordenadora do Núcleo de defesa do Consumidor (Nudecon) da Defensoria Pública do Rio.
Para Ione Amorim, economista do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), apenas os bancos e administradoras de cartão saem ganhando com essa nova modalidade de pagamento do cartão.
— Vai dar muito errado e o beneficiário como sempre serão os bancos e as administradoras de cartão. Os lojistas também, desde que foi permitida a diferenciação no pagamento com cartão, não vi nenhum preço diminuir, aliás só aumentar absurdamente. Esse processo é para enterrar de vez o consumidor no superendividamento. O sistema reduz as taxas meia boca e irá recompor de outro meio através de sobreposição de operações de crédito — alerta a economista.