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Reportagem da Veja - Radar, publicada em 04/05/2021
Sem funcionar há quase dois anos, o Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de São Paulo retomou as atividades no último dia 15 com um ato inusitado: indicou para ocupar a cadeira de presidente e vice-presidente representantes da indústria de alimentos ultraprocessados e agroindústria, respectivamente.
Idealmente, o conselho deve ter um equilíbrio entre integrantes da sociedade civil e indústria alimentícia, já que orienta as ações do Estado como compra de ingredientes para a alimentação escolar e refeições dos presídios, por exemplo.
Entidades como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor questionam a escolha e apontam conflito, já que a indústria possui interesses econômicos e não tem demonstrado comprometimento com as políticas públicas focadas em saúde.
No momento em que a fome assola grande parte da população devido a pandemia, a ONG pede a revisão dos nomes e vê uma ameaça ao Plano Estadual de Segurança alimentar, vigente até 2023.
O governador João Doria é que deverá dar a palavra final sobre os novos líderes conselho.